“Não podemos normalizar o absurdo”, diz Flávio Dino sobre incêndios florestais
Ministro do STF defende uma mobilização semelhante a que foi feita durante a pandemia para lidar com o problema
247 - O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (10) que o Brasil vive uma “pandemia de incêndios florestais” e defendeu uma mobilização semelhante a feita contra a pandemia de Covid-19 para combater o problema, informa o Globo. Dino discursou na abertura de uma audiência de conciliação para discutir medidas de enfrentamento a queimadas na Amazônia e no Pantanal.
“Nós não podemos normalizar o absurdo. Essa premissa é fundamental porque nós temos que manter o estranhamento com o fato de, nesse instante, 60% do território nacional, direta ou indiretamente, está sentindo os efeitos dos incêndios florestais, das queimadas. Isto é um absurdo e isto é inaceitável”, disse o ministro.
Dino também comparou as queimadas na Amazônia e no Pantanal com as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio deste ano. “Nós temos que reconhecer que nós estamos vivenciando agora uma autêntica pandemia de incêndios florestais. E, assim como os Três Poderes se mobilizaram quando do enfrentamento da pandemia do coronavírus, ou quando da tragédia ambiental no Rio Grande do Sul, idêntica mobilização deve ser feita, está sendo feita em larga medida, mas deve ser reforçada, ampliada para que essa pandemia seja enfrentada”, defendeu.
O ministro também disse que é “indiscutível” que há ação humana na propagação das queimadas. “Nós temos mudanças climáticas e fatores que transcendem as fronteiras nacionais que estão nos desfavorecendo fortemente neste momento. Isso é indiscutível. Porém, é igualmente indiscutível que não estariam ocorrendo estes incêndios florestais se não houvesse a ação humana”, opinou Dino.
Flávio Dino é o relator de um conjunto de ações que tramitam no STF sobre o combate aos incêndios na Amazônia e no Pantanal. Em março, a Corte determinou que o governo federal apresentasse um plano para a atuação nos biomas, e a audiência desta terça-feira serve para verificar o cumprimento desse julgamento.
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