Alexandre Silveira defende dobrar o parque térmico brasileiro até 2034
O titular de Minas e Energia também defendeu a preservação ambiental. 'Não é o ‘passar boiada’ nem um extremismo ideológico sem conexão com a realidade'
247 - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou nesta terça-feira (25) que o Brasil precisa dobrar o parque térmico e voltou a defender a exploração de petróleo na Margem Equatorial, que, segundo a Petrobras, receberá mais de US$ 3 bilhões em investimento até 2028. O plano de negócios da companhia projeta a perfuração de 16 poços na região, que passa pelos seguintes estados: Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amapá.
“Não é nem o ‘passar boiada’ nem um extremismo ideológico que não tem conexão com a realidade. Nós precisamos dobrar o nosso parque térmico até 2034. Por isso, eu defendo tanto a Margem Equatorial", disse o titular da pasta na CEO Conference Brasil 2025, evento promovido pelo BTG Pactual, na cidade de São Paulo.
A expressão "passar a boiada" ganhou repercussão nacional em 2020, quando o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, teve uma reunião ministerial e pediu que o governo Jair Bolsonaro aproveitasse a atenção da imprensa voltada à pandemia de Covid-19 para aprovar "reformas infralegais de desregulamentação e simplificação" na área do meio ambiente e "ir passando a boiada". Atualmente, Salles é deputado federal (Novo-SP).
Segundo o ministro Alexandre Silveira, as metas para aumentar a capacidade do parque térmico brasileiro não significam falta de compromisso com a preservação ambiental. "Não há de se falar em deixar de produzir combustíveis fósseis, especialmente o petróleo, se a questão do petróleo não é uma questão de oferta, mas de demanda. Enquanto o mundo demandar, não seremos nós que poderemos deixar de ofertar”.
O titular da pasta defendeu a exploração da Margem Equatorial “dentro de uma legislação ambiental que já é extremamente moderna e segura”. “Temos sempre de buscar o bom senso e o diálogo, a construção de convergência em torno desse processo. O desenvolvimento econômico com sustentabilidade e resultados sociais é plenamente possível”, continuou.
No evento, o ministro disse que o “Brasil já faz sua parte na questão da sustentabilidade”. “O país tem de se orgulhar de sua matriz e suas políticas públicas do setor elétrico. Mas temos de ter racionalidade nisso, porque há muito a avançar”.
Em março de 2024, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que a produção de petróleo na Margem Equatorial tem o potencial de criar 326.049 novos empregos formais, pode adicionar R$ 65 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional e acrescentar R$ 3,87 bilhões à arrecadação indireta no Brasil.
PAC
O governo federal relançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2023. Juntando todos os investimentos, o PAC prevê R$ 1,7 trilhão de investimento em todos os estados do Brasil.
Pela proposta do PAC, serão investidos R$ 73,1 na geração de energia. Deste total, R$ 8,1 bilhões serão aplicados em energia térmica, sendo três usinas a gás e duas com fontes renováveis. As novas usinas adicionarão 4.290 MW de potência ao sistema elétrico, informou o governo.
No caso de energia limpa e renovável, serão 343 obras públicas e privadas, para a construção de usinas fotovoltaicas, eólicas e hidrelétricas. Os novos empreendimentos vão adicionar 18.367 Megawatts (MW) ao sistema elétrico.
As usinas de energia fotovoltaicas, que utilizam a luz do sol para gerar energia elétrica, responderão por 8.569 MW, mais da metade da geração de energia prevista pelo Novo PAC. O investimento será de R$ 41,5 bilhões. Os projetos confirmados se localizam nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
A geração de energia eólica terá R$ 22 bilhões, com 120 projetos. Os ventos serão responsáveis por aumentar 5.202 MW no sistema elétrico. As turbinas serão instaladas nos estados de Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Também estão confirmadas novas 20 pequenas centrais hidrelétricas na Bahia, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. O investimento chegará a R$ 1,3 bilhão.
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