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    Ao prometer vender BB e Petrobras, Tarcísio sinaliza ao mercado que quer a presidência em 2026

    Governador de São Paulo se oferece ao capital financeiro para concluir o processo de liquidação do Estado brasileiro

    Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

    247 – Em uma postura controversa e amplamente criticada, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu nesta quarta-feira (24) a privatização da Petrobras e do Banco do Brasil, duas das mais importantes empresas públicas do país, que são ativos federais. A declaração, vista por muitos como um aceno ao mercado financeiro, revela a ambição de Tarcísio em disputar a presidência da República em 2026, com uma agenda que ameaça liquidar o estado brasileiro e abrir mão de ativos essenciais para o desenvolvimento nacional.

    A Petrobras e o Banco do Brasil desempenham papéis cruciais na economia brasileira. A Petrobras, responsável por uma parte significativa da produção de energia e petróleo do país, é fundamental para a soberania energética e para a geração de recursos que financiam projetos sociais e de infraestrutura. Já o Banco do Brasil, como maior banco público do país, é vital para o financiamento agrícola, crédito a pequenas e médias empresas, e diversas políticas de inclusão financeira.

    Ao afirmar que "há espaço para novas privatizações que podem atrair investimentos significativos", Tarcísio ignora a função estratégica dessas empresas e a importância do estado na regulação e promoção do desenvolvimento econômico. A recente privatização da Sabesp, usada por ele como exemplo de sucesso, foi criticada por especialistas que alertam para os riscos de repassar serviços essenciais à iniciativa privada, que prioriza o lucro em detrimento do bem-estar da população.

    A privatização da Sabesp, empresa de saneamento básico, foi vista por muitos como o "vestibular" de Tarcísio para projetos mais ambiciosos. Contudo, a venda da Sabesp já enfrenta desafios, com preocupações sobre aumento de tarifas e queda na qualidade dos serviços. Apesar disso, Tarcísio defende que o governo aprendeu a "modelar e estruturar melhor os projetos". Ele afirma que, ao privatizar, é possível atrair capital privado, ignorando que a privatização pode levar a uma dependência perigosa do setor privado e a um enfraquecimento da capacidade do estado de garantir serviços essenciais à população.

    Além disso, o plano de privatização do governo de São Paulo abrange outras 14 entidades e serviços, incluindo escolas, espaços esportivos e culturais, e serviços de transporte. Essas ações reforçam a intenção de Tarcísio de reduzir drasticamente o papel do estado na economia, uma agenda que pode trazer consequências graves para a sociedade, especialmente para as camadas mais vulneráveis.

    Ao se posicionar como um defensor das privatizações, Tarcísio se oferece ao capital financeiro, em uma tentativa clara de obter apoio para uma futura candidatura presidencial. No entanto, sua postura desconsidera o papel essencial que o estado desempenha na promoção do desenvolvimento econômico e social do Brasil. A entrega de ativos estratégicos ao setor privado pode comprometer a capacidade do país de controlar recursos vitais e garantir serviços de qualidade à população.

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