Banco digital do iFood fatura R$ 1,2 bilhão e dobra aposta no mercado financeiro
Plataforma expande operações com novo cartão de crédito para restaurantes e mira R$ 2,5 bilhões em receita para 2025
247 - O iFood Pago, banco digital da plataforma de delivery controlada pela Prosus, atingiu um marco expressivo em seu primeiro ano de operação. De acordo com informações divulgadas pelo NeoFeed, a fintech atingirá um faturamento de R$ 1,2 bilhão no ano fiscal que se encerra em março de 2024, superando em 20% as projeções iniciais. Com um crescimento acelerado, a meta para 2025 é ambiciosa: dobrar a receita e ultrapassar os R$ 2,5 bilhões.
Para impulsionar esse avanço, o iFood Pago prepara o lançamento de um cartão de crédito exclusivo para pessoas jurídicas, focado especialmente nos restaurantes cadastrados na plataforma. O CEO da fintech, Bruno Henriques, detalha que o novo cartão será diferenciado, oferecendo benefícios específicos para empreendedores do setor gastronômico. "Um cartão de crédito comum tem milhas e vários outros benefícios. Esse vai ser destinado para garantir vantagens aos empreendedores. Ele vai poder acumular pontos que irão se transformar em insumos mais baratos para seus restaurantes", afirmou.
Expansão acelerada - Criado oficialmente em junho de 2023, o iFood Pago já vinha operando com soluções financeiras para restaurantes desde antes de sua formalização. Atualmente, dos 400 mil estabelecimentos cadastrados na plataforma, 175 mil já utilizam os serviços financeiros da fintech, o que representa 43,5% do total. O objetivo é expandir essa base para mais de 90% dos restaurantes parceiros.
O volume de pedidos transacionados pelos restaurantes no iFood alcançou R$ 83 bilhões em 2024, com a expectativa de superar os R$ 100 bilhões no próximo ano. "É o banco que vai suportar o crescimento da nossa plataforma", destacou Henriques. O impacto do banco digital já é significativo: atualmente, o iFood Pago responde por 15% da receita total do iFood, que gira em torno de R$ 10 bilhões. A meta é que, em cinco anos, essa participação suba para 50%.
Crédito, pagamentos e benefícios - O segmento de crédito tem sido um dos pilares da expansão do iFood Pago. Desde o início das operações, a fintech já concedeu R$ 2 bilhões em empréstimos a restaurantes e pretende elevar esse volume para R$ 3,5 bilhões até março de 2026. O tíquete médio das operações é de aproximadamente R$ 200 mil por empreendedor. A estratégia da empresa para minimizar riscos envolve o uso de dados financeiros dos estabelecimentos para oferecer condições personalizadas de crédito, ajustadas a cada perfil de cliente. "Pelas informações que já temos, conseguimos oferecer uma proposta melhor para cada restaurante, que inclui taxa de juros, prazo e carência", explicou Henriques.
Outro foco da empresa é a ampliação do uso de suas máquinas de pagamento, apelidadas de "maquinonas". Em janeiro de 2024, o iFood Pago já possuía 1.580 desses dispositivos ativos, com a expectativa de movimentar R$ 100 milhões em transações apenas na cidade de São Paulo até março. Mais do que apenas processar pagamentos, esses equipamentos também funcionam como uma plataforma de gestão de clientes (CRM), permitindo que restaurantes ativem promoções e fidelizem consumidores.
Além disso, a vertical de benefícios corporativos do iFood Pago tem se destacado. Hoje, essa área representa 20% da receita da fintech, cerca de R$ 240 milhões. O serviço, que opera por meio de um cartão pré-pago, já conta com 800 mil usuários e deve alcançar um milhão até março. Para 2026, a previsão é que esse número dobre, atingindo dois milhões de funcionários de empresas que utilizam os serviços de benefícios do grupo.
O caminho para se tornar um 'superapp' - O modelo de crescimento do iFood Pago segue uma tendência já consolidada por outras fintechs ligadas a plataformas de e-commerce, como o Mercado Pago, banco digital do Mercado Livre. No terceiro trimestre de 2024, essa unidade financeira do marketplace atingiu um portfólio de crédito de US$ 6 bilhões, um crescimento de 77% em relação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, o Mercado Pago representa 26% da receita total do grupo.
Henriques vê semelhanças na estratégia das duas empresas e destaca o potencial de expansão do iFood Pago. "Quando o cliente entra no Mercado Livre e paga, o valor entra via Mercado Pago. Fazendo uma analogia, é esse o nosso caminho. E o banco é muito relevante no faturamento do Mercado Livre. O que a gente quer é que o iFood Pago sustente esse avanço", afirmou.
Especialistas apontam que a estratégia do iFood Pago é consolidar-se como um ecossistema financeiro completo para seus parceiros, transformando-se em um 'superapp' que vai além dos serviços de delivery. "O iFood tem uma clara estratégia de se tornar um ecossistema, baseado no ativo da frequência da base de clientes e na capacidade de agregar serviços", avalia Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). "Eles estão diversificando os produtos e se tornando um superapp, que envolve a vertical de serviços financeiros de pagamentos, hoje muito relevante no caso do Mercado Livre".
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