"BC está usando a política monetária para pressionar por corte de gastos", denuncia Lindbergh
"Equilíbrio fiscal só chegará impondo-se um austericídio ao país, como acontece agora na Argentina. Não foi para isso que o Brasil elegeu Lula", apontou o deputado
Por Lindbergh Farias, no X - A grande novidade do comunicado de hoje do Copom é à alusão à política fiscal, que antes não havia.
Assim, o comunicado diz que:
O Comitê monitora com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.
Ora, não é função do BC cuidar da política fiscal.
O que está acontecendo?
Simples. Estão usando a política monetária para pressionar por corte de gastos.
O "mercado", ao mesmo tempo que pressiona por “equilíbrio fiscal”, não quer impostos. Não quer que ajustes sejam feitos com maior peso pelos ricos, como deve ser.
Então, pressiona por austeridade, corte de gastos, usando a "expectativa" de inflação como justificativa "técnica". Ora essa expectativa é imposta por esse "mercado", em conluio com um BC sequestrado pelo sistema financeiro.
O Boletim Focus, redigido basicamente pelos bancos, “alerta” que a inflação pode aumentar, que as “expectativas de inflação não estão ancoradas”, que a política fiscal está frágil, que o déficit zero não será alcançado etc. Campos Neto, por seu lado, faz coro com o “mercado”.
Ai vem a reunião do Copom, que transforma as “expectativas” politicamente motivadas em realidade “técnica”.
Com a segunda maior taxa de juros real do mundo, dificilmente chegaremos ao equilíbrio fiscal. Em 2023, as despesas com juros no Orçamento superaram Saúde, Educação e Assistência Social, somadas. O pior é que um gasto inútil, que não movimenta a economia real e que não gera empregos. Apenas enriquece ricos.
Nessas circunstâncias, o equilíbrio fiscal só chegará impondo-se um austericídio ao país, como aconteceu em países como Grécia. Ou como acontece agora na Argentina.
Não foi para isso que o Brasil elegeu Lula.
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