BNDES projeta volume recorde de R$ 30 bilhões para concessões de rodovias em 2025
Em 2024, o banco de fomento já havia batido o recorde neste setor, com R$ 23,5 bilhões em financiamentos
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê um volume recorde de financiamentos voltados à concessão de rodovias em 2025. O banco já soma R$ 25 bilhões em negociações para concessões realizadas e estima que o valor deve avançar para até R$ 30 bilhões.A informação, segundo a Folha de S. Paulo, foi confirmada pela diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa. “Vamos superar o resultado de 2024, quando já tínhamos batido recorde neste setor, com R$ 23,5 bilhões em financiamentos”, afirmou Costa.
O desempenho de 2024 ultrapassou o montante total que o banco havia liberado para rodovias nos nove anos anteriores, de 2015 a 2023, período em que foram destinados R$ 23 bilhões para financiar concessões de estradas federais.
Nesta terça-feira (18), o BNDES enviou uma carta ao mercado detalhando as condições de apoio financeiro para a concessão da BR-364/RO, entre Porto Velho e Vilhena, em Rondônia, conhecida como “Rota Agro Norte”.
O documento é o primeiro a prever uma garantia para proteger investidores contra eventuais variações nas taxas de juros, atualmente uma das principais preocupações econômicas que podem afetar o interesse nas concessões de infraestrutura.
Até então, o concessionário que vencesse um leilão com base na taxa de juros daquele momento corria o risco de enfrentar um cenário menos favorável quando fosse tomar crédito com o BNDES, meses depois. Em muitos casos, há um intervalo de um a dois anos entre o leilão e a assinatura do financiamento com o banco.
Com a mudança na lei, os financiamentos do BNDES ficam atrelados à taxa de juros vigente no momento do leilão, caso ocorra um aumento até a assinatura do contrato. Se a taxa cair, a concessionária se beneficia da menor alíquota. “Acreditamos que essa medida terá um papel crucial para proteger o setor privado”, afirmou Felipe Borim, superintendente de Infraestrutura do BNDES, de acordo com a reportagem.
Segundo cálculos da instituição de fomento, as operações de financiamento de rodovias concluídas em 2024 envolvem a ampliação da capacidade em trechos que somam 1.880 km de extensão.
A nova concessão da via Dutra foi a maior operação de crédito rodoviário e emissão de debêntures da história, com um total de R$ 9,4 bilhões. O projeto prevê obras como a construção de uma nova subida na serra das Araras, 600 km em pistas adicionais e a implantação do sistema “free flow”, que permite o pagamento automático da tarifa de pedágio.
No caso da BR-163, o BNDES aprovou R$ 5,05 bilhões para a concessionária Nova Rota do Oeste duplicar 444 km da rodovia, que é o principal corredor logístico do agronegócio. Em dezembro de 2024, o banco também autorizou um financiamento de R$ 6,4 bilhões para a concessionária EPR Litoral Pioneiro, responsável por administrar 605 km de rodovias que conectam as regiões do Litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro do Paraná.
O Ministério dos Transportes já anunciou que pretende realizar 15 leilões de rodovias neste ano, entre trechos que tiveram contratos repactuados e novos traçados a serem concedidos à iniciativa privada. Além do leilão da BR-364, marcado para o dia 27 de fevereiro, outros seis estão previstos para o primeiro semestre de 2025. Dois deles devem ocorrer em abril: a concessão da ponte binacional São Borja-São Tomé e da BR-040, entre Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro (RJ).
Em maio, serão realizados quatro leilões: Rota da Celulose, em Mato Grosso do Sul; BR-101, entre Espírito Santo e Bahia; Autopista Fluminense, no Rio de Janeiro; e BR-163, em Mato Grosso do Sul.
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