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      Boeing registra prejuízo de US$ 11,8 bilhões, o maior desde 2020

      Empresa enfrenta problemas em suas divisões comercial e de defesa, além do impacto de uma greve em fábricas na Costa Oeste dos Estados Unidos

      Avião da Boeing (Foto: REUTERS/Peter Cziborra)
      Guilherme Levorato avatar
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      Reuters - A Boeing (BA.N) divulgou nesta terça-feira um prejuízo anual de US$ 11,83 bilhões, o maior desde 2020, enquanto enfrenta problemas em suas divisões comercial e de defesa, além do impacto de uma greve paralisante de trabalhadores de fábricas na Costa Oeste dos Estados Unidos.

      O prejuízo reflete os desafios enfrentados pelo CEO Kelly Ortberg na tentativa de reverter a situação da fabricante de aviões, que tem perdido espaço para sua rival Airbus (AIR.PA) na corrida por entregas e está sob intensa vigilância de reguladores e clientes após uma série de erros. Ortberg, que assumiu o comando da empresa em agosto, afirmou que a companhia está avançando na estabilização de suas linhas de produção, que enfrentam dificuldades desde um grave acidente aéreo em 2024, o que levantou preocupações sobre a segurança de seus jatos.

      Os resultados do quarto trimestre da Boeing incluem encargos "decepcionantes" em vários programas de defesa com preços fixos, segundo Ortberg. Ele acrescentou que a empresa está agora "mais proativa e consciente dos riscos" desses programas. A divisão de Defesa, Espaço e Segurança da Boeing registrou um prejuízo de US$ 3,15 bilhões nos primeiros nove meses de 2024.

      Na semana passada, a empresa já havia sinalizado um prejuízo geral de cerca de US$ 4 bilhões no quarto trimestre, quase o triplo do esperado por Wall Street. Ortberg reiterou o plano estratégico de quatro etapas para recuperar a empresa, que inclui uma "jornada de vários anos" para corrigir a cultura da Boeing, descrita como "talvez a mudança mais importante que precisamos fazer".

      Após registrar lucros recordes na década de 2010, a Boeing perdeu mais de US$ 20 bilhões desde 2019, após dois acidentes fatais envolvendo seu modelo 737 MAX. Esses acidentes geraram preocupações sobre a qualidade de produção, a segurança e a possibilidade de a empresa ter enganado os reguladores durante o processo de certificação do avião. A pandemia de COVID-19 agravou a crise, enquanto um problema em pleno voo envolvendo um painel em um 737 MAX quase novo, no início de 2024, colocou a Boeing em mais um momento crítico.

      "Realizamos análises detalhadas em todos os nossos programas de desenvolvimento com preços fixos desafiadores", disse Ortberg nesta terça-feira em uma carta aos funcionários. Ele destacou que a Boeing avançou na sua cadeia de suprimentos e voltou a produzir cinco unidades do modelo 787 por mês no final de 2024, apesar de atrasos em áreas como assentos.

      A divisão de aviões comerciais da empresa está atualmente focada na certificação de três modelos. Ortberg disse que há progresso na solução de um problema com o "thrust link" do modelo 777X, que retomou os testes de voo no início deste mês. No entanto, ele foi cauteloso ao comentar sobre as dificuldades com os sistemas de anti-congelamento nos modelos 737-7 e 737-10. "Ainda estamos na fase de testes, concentrados na finalização da solução de design do sistema de anti-congelamento", afirmou.

      Ortberg também destacou que a Boeing continua investindo em "negócios essenciais enquanto simplifica seu portfólio em áreas que não são estratégicas para o futuro".

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