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    Brasil amplia 'PAC da Integração', em plano que deve impulsionar o comércio com países vizinhos e asiáticos

    Projeto foi demandado pelo presidente Lula e vai reforçar o comércio do Brasil na América do Sul e reduzir o tempo e o custo do transporte até mercados externos

    Fotografia oficial dos Presidentes dos países da América do Sul em 30/05/2023 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    247 - O Brasil anunciou a expansão do seu Plano de Integração Sul-Americana, também conhecido como 'PAC da Integração', com um enfoque significativo na região amazônica. O plano revisado, que conta com o apoio de Peru, Equador e Colômbia, visa transformar as rotas comerciais e fortalecer as relações comerciais com os países vizinhos e com o mercado asiático, informa a Folha de S. Paulo.

    A Rota 2, agora renomeada como Rota Amazônica, passará a conectar Manaus a quatro importantes portos no Oceano Pacífico: Tumaco (Colômbia), Manta (Equador), e Paita e Chancay (Peru). O traçado original previa apenas a ligação entre Manaus e Manta, mas a ampliação é vista como uma estratégia chave do governo do presidente Lula (PT) para aumentar a integração com a Ásia.

    Com a expansão, o governo brasileiro pretende não só melhorar a infraestrutura logística, mas também reduzir significativamente o tempo e os custos de transporte de mercadorias. Estima-se que a nova rota encurtará em 7 mil quilômetros a distância percorrida pelos produtos brasileiros até os mercados asiáticos, resultando em uma economia de até 20 dias no tempo de transporte. Isso representa uma vantagem competitiva crucial, especialmente para o agronegócio brasileiro, que poderá escoar sua produção de maneira mais eficiente.

    A criação do megaporto de Chancay, no Peru, com um investimento de US$ 3,6 bilhões (R$ 18,4 bilhões) e inauguração prevista para novembro deste ano, é um dos marcos deste projeto. O porto deverá movimentar 1 milhão de contêineres e 6 milhões de toneladas de carga por ano inicialmente. A expectativa é que Chancay se torne um ponto estratégico para o agronegócio brasileiro, desviando parte do tráfego marítimo que hoje depende do Porto de Santos, voltado para o Atlântico.

    O sucesso do PAC da Integração depende da cooperação estreita entre os países sul-americanos. O presidente Lula está empenhado em aumentar o comércio bilateral na região e tem promovido um diálogo mais intenso com os vizinhos para acelerar a implementação das rotas. Nos próximos dias, Lula editará um decreto criando uma comissão interministerial com a participação de 12 ministérios para coordenar e agilizar os projetos.

    Das cinco rotas previstas pelo PAC da Integração, três – Amazônica, Capricórnio e Porto Alegre-Coquimbo – estão previstas para serem concluídas até o final do mandato de Lula. O projeto, desenvolvido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento após consulta aos 11 estados brasileiros que fazem fronteira com países sul-americanos, pretende incentivar e reforçar o comércio intra-regional e com a Ásia, além de otimizar o transporte de mercadorias.

    Historicamente, o comércio exterior do Brasil focava-se principalmente em Europa e Estados Unidos, privilegiando as rotas pelo Atlântico. Nas últimas décadas, contudo, a produção nacional se expandiu para o Centro-Oeste e Norte do país, acompanhada de um crescimento significativo no comércio com países asiáticos. O PAC da Integração surge como uma resposta a essa nova dinâmica, buscando não apenas modernizar a infraestrutura logística, mas também promover uma integração mais profunda e eficiente com os mercados asiáticos e sul-americanos.

    O PAC da Integração, portanto, representa uma das mais ambiciosas iniciativas do governo Lula, sinalizando uma mudança estratégica na política comercial do Brasil e prometendo impulsionar a economia regional e nacional por meio de uma infraestrutura robusta e moderna.

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