Desemprego deve permanecer baixo no terceiro ano do governo Lula 3
Economistas apontam resiliência do mercado de trabalho brasileiro
247 – As perspectivas para o mercado de trabalho são positivas para o terceiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A taxa de desemprego no Brasil deve permanecer em 2025 em um patamar historicamente baixo, apesar da previsão de leve desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto). A projeção indica que o crescimento do PIB deve se aproximar de 2% no acumulado do próximo ano, após um aumento superior a 3,5% em 2024.
Os analistas consideram que fatores como o aumento da taxa de juros, que tende a desafiar o consumo e setores como serviços e indústria, e a redução do espaço fiscal para medidas de estímulo econômico do governo federal, podem impactar negativamente o crescimento do PIB. No entanto, essas condições não são vistas como suficientes para elevar significativamente a taxa de desemprego, segundo aponta reportagem da Folha de S. Paulo.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, ressalta: “Para a taxa de desemprego subir, o PIB precisaria crescer abaixo do seu potencial. A gente estima o potencial em cerca de 1,5%.” Ela acrescenta que, com uma desaceleração moderada prevista pelo banco — de 3,4% em 2024 para 2% em 2025 —, a taxa de desemprego deve se manter próxima a 6% ao final de 2024 e de 2025. “Enquanto a gente estiver crescendo mais do que 1,5%, quer dizer que existirá uma pressão para contratar mais trabalhadores e a taxa de desemprego continuar caindo um pouco.”
O economista-chefe do Sicredi, André Nunes de Nunes, também compartilha uma visão otimista, prevendo uma desaceleração do PIB de 3,5% em 2024 para 1,8% em 2025. “A gente está vendo uma atividade um pouco mais fraca em 2025, muito por conta de uma taxa de juros mais alta. Isso vai acabar segurando a atividade, principalmente a partir do segundo trimestre ou mais para o final do ano”, afirma Nunes. Ele espera que a taxa de desemprego atinja 6,2% no quarto trimestre de 2024 e 6,6% no mesmo período de 2025.
Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, também prevê uma desaceleração do PIB, de 3,2% em 2024 para 1,9% em 2025, atribuindo esse movimento à elevação dos juros e à ausência de impulsos fiscais similares aos de 2023 e 2024. “Parte da melhora do emprego refletiu um ciclo econômico mais positivo, porque o PIB cresceu de maneira robusta nos últimos anos”, explica Rafaela. Ela projeta taxas de desemprego de 6% ao final de 2024 e 6,5% em 2025.
Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, prevê que a desocupação possa chegar a 5,9% ao final de 2024 e 6,6% em 2025. “Estamos falando de uma atividade econômica que, se crescer perto de 2%, consegue minimamente sustentar a taxa de desemprego nesse patamar [próximo a 6%],” comenta Vale. Ele destaca que o estímulo da agropecuária e a recuperação da safra podem contribuir positivamente para o PIB, mesmo com os desafios enfrentados pelos setores de serviços e indústria.
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