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      “Dia da Ruína”: The Economist chama tarifas de “maior erro econômico da Era Moderna”

      A revista estampou uma arte de Trump recortando um buraco com o formato do mapa dos Estados Unidos sob seus pés, na capa

      Capa da The Economist (Foto: Reprodução/The Economist)
      Leonardo Sobreira avatar
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      Infomoney - Para a revista britânica The Economist, o anúncio de tarifas recíprocas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ficou longe de ser um “Dia da Libertação”, como desejava o mandatário americano. Segundo a publicação, o plano apresentado foi “o erro econômico mais profundo, prejudicial e desnecessário da Era Moderna”, transformando a data no que ela chamou de “Dia da Ruína”.

      Em edição com capa que estampa Trump recortando um buraco com o formato do mapa dos EUA sob seus pés, a publicação tece críticas duras ao presidente, afirmando que suas falas foram “um absurdo completo” e “a compreensão dos detalhes técnicos foi patética”.

      As novas tarifas anunciadas por Trump são “quase tão aleatórias quanto tributar alguém pelo número de vogais em seu nome”, disse a revista, e “causarão estragos econômicos” que levarão outros países a buscar limitar os danos globais, e que prejudicarão consumidores e fabricantes.

      Dentre os argumentos do presidente, está o uso de altas tarifas e baixos impostos sobre renda que foram aplicados no século XIX. A revista rebate a informação, sustentando que as falas do presidente foram “completamente delirantes” e afirmando que estudos demonstraram negociações comerciais após a Grande Depressão dos anos 30 reduziram tarifas e fizeram o país aumentar a prosperidade.

      “O presidente diz que as tarifas são necessárias para eliminar o déficit comercial dos EUA, que ele vê como uma transferência de riqueza para estrangeiros. No entanto, como qualquer um de seus economistas poderia lhe dizer, esse déficit geral surge porque os americanos escolhem poupar menos do que seu país investe”, afirma a publicação.

      No entanto, a publicação recomenda cautela com retaliações. “Barreiras comerciais prejudicam quem as impõe”, escreve. Em vez disso, defende que os países fortaleçam entre si os fluxos comerciais, sobretudo em serviços, sem depender dos EUA — que hoje respondem por apenas 15% da demanda global por importações.

      O editorial também levanta a possibilidade de um novo modelo de integração com a China, desde que Pequim avance na reestruturação de sua economia e aceite regras mais rígidas sobre transferência de tecnologia e investimentos. Para isso, propõe que a União Europeia fortaleça suas políticas de investimento e abandone a resistência a grandes acordos comerciais.

      “Não há como evitar o estrago que Trump causou, mas isso não significa que sua tolice esteja destinada a triunfar”, finaliza a revista.

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