Dólar dispara após anúncio de Gleisi Hoffmann como ministra e mercado teme mais volatilidade
Moeda subiu 0,8% e estava cotada R$ 5,877 poucos minutos após o nome da parlamentar ser confirmado para o Ministério das Relações Institucionais
247 - O dólar manteve a trajetória de alta nesta sexta-feira (28) e intensificou o movimento após a confirmação de que a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), presidente nacional do partido, assumirá o Ministério das Relações Institucionais. O mercado reagiu negativamente à escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ampliou a pressão sobre a moeda estadunidense.
Segundo o Metrópoles, por volta das 13h17, minutos após o anúncio oficial de Gleisi no governo, o dólar subia 0,8%, cotado a R$ 5,876. Mais cedo, às 11h54, a moeda já acumulava alta de 0,21%, sendo negociada a R$ 5,842. No pico do dia, chegou a R$ 5,877, enquanto a mínima foi de R$ 5,823. Na véspera, o dólar encerrou o pregão com valorização de 0,45%, atingindo R$ 5,828, o maior patamar em quase um mês. No acumulado da semana, a moeda sobe 1,7%, mas ainda registra queda de 0,15% no mês e 5,68% no ano.
Nesta semana, Lula iniciou uma reforma ministerial por meio da demissão de Nísia Trindade, que comandava o Ministério da Saúde. Alexandre Padilha, então ministro da Secretaria de Relações Institucionais, para substituí-la. Segundo a reportagem, a escolha de um novo nome para a articulação política com o Congresso gerou expectativas entre investidores, e Gleisi Hoffmann figurava entre as possibilidades que desagradavam o mercado. A confirmação do seu nome gerou volatilidade no câmbio.
Nos bastidores do Planalto, também há ruídos sobre desentendimentos entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o chefe da Casa Civil, Rui Costa. Embora ambos neguem atritos, há relatos de divergências na condução da política econômica. Rumores sobre uma possível saída de Haddad circularam ao longo da semana, mas foram descartados pelo governo.
No cenário externo, os investidores acompanham de perto a reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Washington. O encontro ocorre em meio a negociações por um possível acordo de paz para a guerra entre Rússia e Ucrânia, com mediação direta dos EUA.
O principal ponto de tensão nas tratativas é a intenção de Trump de acessar entre US$ 350 bilhões e US$ 500 bilhões em recursos minerais ucranianos, como uma forma de "reembolso" pelo suporte financeiro e militar fornecido pelos EUA desde o início da guerra. Zelensky rejeitou a proposta e afirmou que a Ucrânia não é "devedora" dos americanos. Os detalhes do possível acordo ainda não foram divulgados. A relação entre Trump e Zelensky tem sido conturbada, com o presidente dos EUA chegando a chamar o líder ucraniano de "ditador" em declarações recentes.
Outro fator que impacta o humor do mercado é a divulgação do índice de preços gastos de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos, considerado um dos principais indicadores de inflação para o Federal Reserve (Fed). Em janeiro, o PCE registrou alta de 0,3%, repetindo o resultado de dezembro e ficando dentro das expectativas dos analistas. Na comparação anual, a inflação foi de 2,5%, alinhada às projeções.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), refletiu o pessimismo do mercado e operava em queda nesta sexta-feira. Às 13h28, o índice recuava 0,4%, aos 124,3 mil pontos. No pregão anterior, o Ibovespa encerrou com leve alta de 0,02%, mesmo diante da forte desvalorização das ações da Petrobras. No acumulado da semana, a Bolsa registra queda de 1,83% e recuo de 1,06% no mês, mas ainda sobe 3,75% no ano.
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