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    Galípolo diz que não comenta política fiscal – e reitera confiança em Haddad

    Futuro presidente do Banco Central defende independência da instituição e comenta impacto do dólar alto e juros elevados

    Gabriel Galípolo (à esq.) e Fernando Haddad (Foto: ABR)

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    247 – O futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reiterou sua confiança no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao ser questionado sobre a recepção negativa do mercado ao pacote de cortes fiscais anunciado pelo governo. "Tenho fé no meu amigo Fernando Haddad", declarou. Galípolo participou de um jantar promovido pelo empresário João Camargo, presidente do grupo Esfera, na última quinta-feira (28), evento que reuniu nomes de peso como Joesley Batista (J&F), Rubens Menin (MRV) e Luiz Carlos Trabuco Cappi (Bradesco), segundo reporta a Folha de S. Paulo.

    Ao comentar o impacto da alta do dólar, que alcançou R$ 5,99 — a maior cotação nominal já registrada —, Galípolo afirmou que "não é papel do Banco Central sugerir políticas fiscais". Segundo ele, a instituição atua para interpretar o comportamento dos agentes de mercado e determinar medidas adequadas para conter a inflação. "O Banco Central faz o laudo de um exame feito pelo mercado", explicou.

    Independência do Banco Central e política monetária

    Galípolo enfatizou a importância da independência do Banco Central, destacando que a política monetária deve ser firme na contenção da inflação, mesmo diante de pressões externas e internas. "O Banco Central precisa aplicar o remédio que tem à mão", disse, referindo-se à manutenção da taxa Selic em 11,25%, considerada elevada por parte do setor produtivo.

    Ele argumentou que o efeito inflacionário do dólar alto exige medidas rigorosas. "O mal maior seria não agir, porque o impacto da inflação é mais perverso para a população do que os juros", afirmou. Comparou ainda o papel da instituição a um "chato da festa", que pede para abaixar o som e evitar a desordem.

    Crescimento econômico e projeções do mercado

    Galípolo criticou as projeções pessimistas do mercado financeiro, que no início do ano apontavam crescimento do PIB na casa de 1% para 2024. Ele destacou que o Brasil deverá registrar um crescimento acima de 3% neste ano, o que desmente avaliações equivocadas. "É como ligar o Waze e ver a projeção do tempo de percurso quando já estou a dez metros do meu destino", ironizou.

    Sobre a atuação do mercado financeiro, Galípolo citou Winston Churchill para destacar a inevitabilidade de lidar com esse ambiente: "Para um político, reclamar de jornalista é como um marinheiro reclamar do mar. Eu reclamar do mercado é a mesma coisa."

    A moeda americana em alta, segundo ele, deve manter os juros elevados por mais tempo, mas o BC, garantiu, continuará exercendo seu papel com independência.

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