Galípolo se reúne com grandes banqueiros para definir o destino do Banco Master
Reunião no Banco Central em São Paulo ocorre após anúncio de aquisição parcial do Banco Master pelo BRB
247 – O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, conduz neste sábado (5), em São Paulo, uma reunião extraordinária com os principais executivos do setor bancário e representantes do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), em meio às incertezas sobre a compra parcial do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), segundo informa o jornal O Globo.
O encontro contará com a presença de líderes das maiores instituições financeiras do país: Marcelo Noronha (Bradesco), Mario Leão (Santander), Milton Maluhy (Itaú), André Esteves (BTG Pactual) e Daniel Lima (FGC). A movimentação ocorre uma semana após o anúncio do BRB de que pretende adquirir 58% do capital total do Banco Master, mas sem assumir o controle da instituição. A operação, avaliada em cerca de US$ 2 bilhões, ainda depende de aprovação do BC.
Segundo comunicado do BRB, o banco não tem interesse na integralidade dos ativos do Master. Ficaram de fora da proposta ativos como precatórios e participações em empresas — justamente os itens que teriam atraído o interesse do BTG Pactual, que já havia avaliado anteriormente a aquisição do banco. Durante a semana, o BTG limitou-se a informar que “analisa oportunidades”.
A proposta do BRB levantou sinais de alerta no mercado. Embora o Banco Central tenha até 360 dias para concluir sua análise, agências de classificação de risco reagiram com cautela. A Fitch colocou em observação as notas de crédito do BRB e do Banco Master. A S&P também adotou postura semelhante em relação ao BRB, enquanto a Moody’s apontou incertezas relevantes sobre os termos do negócio.
De acordo com dados do balanço de 2024, o Banco Master possui patrimônio líquido de R$ 4,7 bilhões e enfrenta uma elevada concentração de vencimentos de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) até junho, totalizando R$ 7,6 bilhões. O crescimento acelerado da instituição nos últimos anos foi impulsionado pela oferta de taxas agressivas, que chegaram a até 140% do CDI — acima da média praticada por concorrentes, o que também tem gerado preocupações sobre a sustentabilidade do modelo.
A reunião deste sábado sinaliza que o Banco Central pretende agir com celeridade e prudência diante de uma operação de grande porte envolvendo um banco público e uma instituição privada de perfil agressivo. O desfecho da negociação poderá ter impactos relevantes sobre a estabilidade do sistema financeiro e a concorrência no setor bancário.
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