Haddad diz que reforma do IR "foi muito bem-recebida" e será aprovada pelo Congresso
"Estamos falando de justiça tributária. (...) Mesmo a extrema direita não vai ter como justificar não aprovar", afirmou
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (20) que acredita na aprovação do projeto de lei que amplia a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais. A proposta, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última terça-feira (18), ainda precisa ser analisada pelo Congresso e, caso seja aprovada este ano, só entrará em vigor em 2026.
Haddad ressaltou que a proposta tem sido bem recebida e rebateu críticas sobre eventuais impactos na arrecadação. "A proposta foi muito bem-recebida, porque quem vai pagar essa conta é quem hoje não paga Imposto de Renda", disse em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC.
Segundo ele, o novo modelo prevê tributação progressiva sobre rendimentos mais altos. "Estamos pegando essas pessoas que ganham mais de R$ 1 milhão por ano. Na verdade, com mais de R$ 600 mil já começa uma pequena alíquota. Se ao fim do ano, ela conseguir demonstrar que pagou mais de 10% da sua renda em Imposto de Renda, ela não vai pagar mais", explicou.
O ministro classificou a medida como um avanço em justiça tributária e criticou a falta de atualização da tabela do IR em governos anteriores. "É a primeira vez que se faz isso no Brasil, mas é uma das coisas mais tranquilas e justas que eu poderia imaginar. Eu fico me perguntando por que não se fez antes. Até o Bolsonaro prometeu, e depois desconversou e não fez nada. Aliás, ele fez pior: ficou sete anos sem atualizar a tabela do IR", afirmou.
Haddad também minimizou a resistência da oposição e demonstrou confiança na aprovação do projeto. "Vamos explicar à exaustão, como fizemos com a proposta sobre o consumo, e com toda tranquilidade vamos aprovar. Mesmo a extrema direita não vai ter como justificar não aprovar", declarou.
Por fim, o ministro negou que a reforma do IR vá gerar perdas para a arrecadação de estados, municípios e setores como o agronegócio, reforçando que a medida é sustentável do ponto de vista fiscal.
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