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    Lira faz chantagem por 'taxa da blusinha' e ameaça programa Mover do governo Lula

    Presidente da Câmara disse que há risco de o programa de incentivo à mobilidade verde não ser mais votado se o Senado derrubar a taxação das compras internacionais abaixo de US$ 50

    Arthur Lira (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
    Guilherme Paladino avatar
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    247 - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), lançou um aviso contundente ao Senado nesta terça-feira (4), indicando que a modificação no projeto de lei do Programa "Mover” poderia ter consequências graves. O programa, que visa criar incentivos para a indústria automobilística, está em foco devido a uma polêmica em torno da chamada "taxa das blusinhas".

    O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), relator do texto, propôs excluir do projeto a mencionada taxa, que implicaria a isenção do Imposto de Importação para compras no exterior de até US$ 50 por pessoas físicas. Essa proposta diverge da versão aprovada pela Câmara dos Deputados, o que poderia acarretar em uma revisão do texto pelos deputados.

    Lira expressou sua preocupação com a possibilidade de revisão do projeto, sugerindo que isso poderia comprometer não apenas a votação da matéria, mas também o futuro do Programa Mover. "Se o Senado modificar o texto, obrigatoriamente tem que voltar (para a Câmara). O que eu não sei é como os deputados vão encarar uma votação que foi feita por acordo, se ela retornar. Acho que o Mover tem sérios riscos de cair junto, não ser votado mais na Câmara", disse o presidente da Câmara, de acordo com o jornal O Globo.

    O deputado também criticou a forma como a taxa das importações foi retratada, afirmando que o foco deveria ser nos aspectos de emprego, regulação setorial e competitividade da indústria nacional. "Não é fácil votar uma matéria quando ela tem uma narrativa antagônica de taxar blusinhas. Não estamos falando disso, estamos falando de emprego, de regulamentação de setor, de justiça de competição, de manutenção da indústria nacional", ressaltou.

    Enquanto isso, o Senado se encontra em meio a uma turbulência interna sobre o assunto. Após a retirada da proposta de taxação do relatório de Cunha, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), indicou que muitos senadores discordam do relator e desejam a manutenção da taxação, que consideram justa.

    Essa divergência levou o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), a solicitar o adiamento da votação do projeto para o próximo dia, argumentando que há uma comunicação confusa e ruídos sobre o assunto. Dessa forma, a votação do Projeto de Lei 914/2024, que trata do Programa Mobilidade Verde (Mover), foi adiada para amanhã, dia 5 de junho, em meio a um cenário de incertezas e disputas no Senado Federal.

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