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    'Não há tabus em discussões sobre cortes de gastos', diz Haddad

    Segundo o ministro, o presidente Lula "conhece o contexto e está atento. Está com isso na cabeça. Lula tem um plano de governo e um plano para o Brasil"

    Fernando Haddad (Foto: Diogo Zacarias/MF)

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    247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que “não existe tabu para a área técnica” nas discussões sobre os cortes de gastos do governo e que o presidente Lula (PT) está “atento” ao tema. “Não existe tabu para a área técnica. Mas não posso antecipar a avaliação que ele está fazendo. Ele conhece o contexto e está atento. Está com isso na cabeça. Lula tem um plano de governo, tem um plano para o Brasil. Ele é comprometido com esse país”, disse Haddad em entrevista à coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

    Ainda conforme o ministro, muitas das despesas que podem ser cortadas foram contratadas antes da posse de Lula. “Quando vê isso, o presidente fala assim: 'pô, mas eu vou cortar dos pobres?'. Percebe a situação?”, ressaltou. “[Eu digo a Lula] Ninguém está dizendo que é fácil. O senhor colocou o pobre no orçamento, ninguém está pedindo para tirar. Mas há questões estruturais que precisam ser resolvidas. Porque são distorções muitas vezes criadas com finalidades eleitorais, particularmente pelo governo anterior. Elas estão no nosso colo. Não tem para quem dar a batata quente. Então temos que resolver", completou. 

    Haddad ressaltou, ainda, que “a Faria Lima [avenida de São Paulo onde se concentram agentes do mercado financeiro] está, com razão, preocupada com a dinâmica do gasto daqui para a frente. E é legítimo considerar isso com seriedade. A soma das partes, das rubricas orçamentárias, pode fazer com que o arcabouço fiscal aprovado por este governo não se sustente. O que a Faria Lima está apontando — na minha opinião, com algum exagero em relação ao preço dos ativos brasileiros — é que a dinâmica [dos gastos] para a frente é preocupante. Pode ter impacto na dívida [que a União tem que fazer para financiar seus gastos]. E o governo tem que tomar providências. A Fazenda está com isso na mesa, 100%".

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