"O governo Lula está preso à lógica neoliberal e é preciso romper com este modelo", diz Kobori
Professor critica a submissão do governo brasileiro às regras do mercado e defende um novo projeto de desenvolvimento com soberania e justiça social
247 – Em entrevista à TV 247, o professor José Kobori fez uma análise crítica da política econômica brasileira, afirmando que o governo do presidente Lula permanece preso à lógica neoliberal imposta por décadas no país. Segundo ele, para que o Brasil volte a se desenvolver com soberania, é preciso romper com esse modelo que privilegia os interesses do capital financeiro e engessa a ação do Estado. A conversa foi conduzida pelo jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247.
“O governo Lula está preso à lógica neoliberal e é necessária uma ruptura”, afirmou Kobori, ao comentar as limitações que o Estado enfrenta diante de uma política monetária restritiva, altos juros e metas de inflação incompatíveis com a realidade econômica do país. Ele criticou a forma como o sistema financeiro se impôs como o centro das decisões econômicas. “Enquanto a taxa de juros estiver nesse patamar proibitivo, não há espaço para investimentos produtivos”, alertou.
Para Kobori, o Banco Central brasileiro, mesmo com a autonomia formal, atua em nome do rentismo, travando o crescimento econômico. “A política monetária atual é irracional. A inflação projetada passa ligeiramente da meta e já é usada como justificativa para subir juros. Isso trava o país”, afirmou.
Ao ser convidado para participar de audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, Kobori defendeu um aumento mais expressivo do imposto sobre heranças (IPCMD), como forma de promover justiça fiscal. “É preciso taxar o patrimônio ocioso e financiar o investimento produtivo. O Brasil tem uma das estruturas tributárias mais regressivas do mundo”, disse.
Durante a entrevista, o professor também propôs uma revalorização do papel do Estado como indutor do desenvolvimento. “A China fez isso ao longo das últimas décadas: usou o que havia de mais dinâmico no capitalismo, mas sob controle do Estado. E venceu o jogo dentro das regras do sistema”, explicou. Para ele, o Brasil precisa de um plano de longo prazo, com continuidade, soberania e metas claras — algo que ainda não se concretizou nos sucessivos governos democráticos. Assista:
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