TV 247 logo
      HOME > Economia

      "O mercado falou", diz China, após destruição de valor produzida pelas tarifas de Trump

      Pequim pede diálogo em pé de igualdade com os EUA após queda global nos mercados, enquanto associações comerciais chinesas alertam para riscos de inflação

      Guerra comercial entre China e Estados Unidos (Foto: Ilustração Reuters)
      Redação Brasil 247 avatar
      Conteúdo postado por:

      247, com informações da agência Reuters – A China criticou neste sábado as novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e afirmou que “o mercado já se pronunciou” em repúdio às medidas, após o colapso nos mercados financeiros globais. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, e repercutida pela Reuters, que também relatou reações de associações comerciais chinesas de diversos setores, como saúde, têxteis, eletrônicos, metais e produtos agrícolas.

      Em sua publicação nas redes sociais, Guo Jiakun destacou: “O mercado já se pronunciou”, acompanhando a frase com uma imagem da forte queda dos mercados dos Estados Unidos na sexta-feira. Ele ainda cobrou: “Agora é a hora de os EUA pararem de fazer as coisas erradas e resolverem as diferenças com seus parceiros comerciais por meio de consultas em pé de igualdade”.

      As medidas de Trump incluem uma nova rodada de tarifas de 34% sobre produtos chineses, o que eleva para 54% o total de tarifas aplicadas à China apenas neste ano. O presidente dos Estados Unidos também fechou uma brecha que permitia a entrada de pequenos pacotes da China sem tributação, medida que afeta diretamente o comércio eletrônico entre os dois países.

      Em resposta, o governo chinês anunciou na sexta-feira uma retaliação igualmente severa: tarifas de 34% sobre todos os produtos norte-americanos e restrições à exportação de terras raras, fundamentais para a indústria tecnológica dos EUA. A escalada elevou o tom da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e causou uma reação imediata nos mercados globais.

      Na sexta-feira, o índice S&P 500 registrou queda de 9% na semana, marcando o pior desempenho desde a pandemia. As falas de Trump, ao afirmar que não pretende recuar das tarifas, contribuíram para agravar o temor dos investidores.

      Diversas associações comerciais chinesas emitiram comunicados pedindo unidade e foco na diversificação de mercados. A câmara de comércio dos setores de alimentos e produtos agrícolas convocou os agentes da cadeia produtiva a “fortalecer a cooperação e explorar em conjunto os mercados interno e externo”. Já a associação dos comerciantes de metais e produtos químicos alertou que as tarifas “aumentarão o custo de importação para os importadores norte-americanos e o custo de consumo para os consumidores, agravando a inflação doméstica nos EUA e elevando a possibilidade de uma recessão”.

      As declarações reforçam a postura chinesa de buscar um diálogo equilibrado e multilateral, ao mesmo tempo em que pressiona Washington ao demonstrar sua capacidade de retaliação. O embate entre Trump e o governo de Pequim intensifica incertezas no comércio global e expõe os riscos de políticas protecionistas em um contexto econômico ainda fragilizado por crises anteriores.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Relacionados