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      Preço do petróleo atinge menor nível em quatro anos

      Tensões comerciais entre Estados Unidos e China reacendem temores de recessão e derrubam cotações do Brent e WTI nos mercados globais

      (Foto: Sputnik / Maksim Bogodvid)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - O preço do petróleo caiu abaixo de US$ 64 por barril nesta segunda-feira (7), atingindo o menor nível em quatro anos, em meio ao agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, o que elevou o temor de uma recessão global. A informação foi divulgada pela agência Reuters e baseada em dados de negociação do Intercontinental Exchange de Londres.

      O contrato futuro do Brent com entrega em junho de 2025 recuou US$ 2,28, sendo negociado a US$ 63,30 por barril — nível mais baixo desde abril de 2021. Já o petróleo WTI (West Texas Intermediate), referência nos Estados Unidos, caiu US$ 2,20 e fechou a US$ 59,79. A queda prolonga as perdas da semana anterior, quando os preços já haviam desabado cerca de 7% na sexta-feira após retaliações da China à ofensiva tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

      Na última quarta-feira, Trump intensificou sua política protecionista ao anunciar tarifas generalizadas sobre todos os parceiros comerciais dos EUA, incluindo a China, maior importadora mundial de petróleo. Apesar de a medida poupar tecnicamente os produtos energéticos, os mercados reagiram de forma imediata e negativa, precificando o risco de um choque recessivo na economia global.

      A fundadora da consultoria de análise de mercado Vanda Insights, Vandana Hari, afirmou à Reuters que “é difícil ver um piso para o preço do petróleo enquanto o pânico nos mercados não diminuir, e é difícil imaginar isso acontecendo se Trump não fizer algo para conter os temores crescentes de uma guerra comercial global e recessão”.

      Na mesma linha, analistas vêm alertando para os impactos indiretos da política tarifária, que pode provocar inflação, desaceleração econômica e novas tensões comerciais — todos elementos com potencial de pressionar ainda mais o valor do petróleo.

      Outro fator que contribui para a pressão nos preços foi o anúncio da OPEP no dia 3 de abril. O cartel e seus aliados, o grupo conhecido como OPEP+, informaram que oito países membros irão acelerar o aumento da produção a partir de maio. A elevação será de 411 mil barris por dia, mais do que o triplo da meta anterior de 135 mil barris diários.

      Especialistas ouvidos pela agência russa TASS explicaram que, apesar da queda nas cotações, o equilíbrio de mercado atual permite que a OPEP comece a reverter os cortes anteriores. Ainda assim, a conjuntura segue volátil, com os investidores monitorando de perto os desdobramentos das políticas de Washington e Pequim

      O recuo acumulado da semana passada foi significativo: o Brent perdeu 10,9%, e o WTI, 10,6% — um dos piores desempenhos semanais em meses. A continuidade dessa trajetória dependerá, segundo analistas, da capacidade das grandes potências de reverter o clima de hostilidade e restaurar a confiança nos mercados.

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