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Ladislau Dowbor: "O dinheiro é nosso, o resto é farsa"

Economista critica desigualdade e defende uso de recursos para desenvolvimento social no Brasil

(Foto: 247)

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247 – Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o economista Ladislau Dowbor fez uma análise contundente sobre os desafios enfrentados pela economia brasileira, destacando a importância de reorganizar o sistema político e social para promover o crescimento. Para Dowbor, a questão principal não é a falta de recursos no Brasil, mas sim a má distribuição deles. "O Brasil não é um país pobre [...], o que existe, evidentemente, é a dramática desigualdade", afirma, apontando que a riqueza está concentrada nas mãos de poucos enquanto grande parte da população luta para sobreviver.

Dowbor critica a insistência na alta de juros, que ele vê como um mecanismo para enriquecer os setores financeiros em detrimento do desenvolvimento econômico e social. Ele argumenta que os ricos, em vez de investir no país, acumulam fortunas e transferem esses recursos para paraísos fiscais, o que não gera emprego nem crescimento. "Na realidade, os ricos, quando enriquecem, geram fortunas financeiras e mandam para paraísos fiscais", diz o economista, reforçando que essa prática é prejudicial à economia real, que necessita de investimentos para crescer.

Um dos pontos centrais da análise de Dowbor é o papel do governo Lula na tentativa de dinamizar a base da sociedade por meio de políticas de redistribuição de renda, como o Bolsa Família. Ele acredita que esse movimento tem gerado resultados positivos, mas que há muito mais a ser feito. "O pouco que conseguimos fazer, como dinamizar a base da sociedade, está permitindo um crescimento de 3%, mas podemos crescer muito mais. O dinheiro é nosso, do governo e dos bancos, e deve ser utilizado para promover o desenvolvimento da sociedade. O resto é farsa", destaca.

Por fim, Dowbor critica o sistema financeiro, que se beneficia das altas taxas de juros e trava o crescimento econômico do país. Ele menciona que enquanto no Brasil os juros chegam a 50% ao ano, em países como China e Europa as taxas são muito mais baixas, o que permite que as famílias e empresas consumam e invistam de forma mais saudável. Para ele, a solução passa por mudanças políticas e uma reorganização econômica que priorize o bem-estar da população e o desenvolvimento sustentável, ao invés de favorecer apenas os setores financeiros. Assista:

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