"Na política degradada pelo poder econômico, aparecem os Datenas e os Marçais", diz Paulo Nogueira Batista Júnior
Economista afirma que a política brasileira se transformou em cleptocracia e diz que ao capital financeiro interessa a desmoralização da atividade
247 – Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o economista Paulo Nogueira Batista Júnior criticou duramente o cenário político brasileiro atual. "A política está degradada pelo poder econômico. Virou uma cleptocracia", afirmou, destacando que esse ambiente propício à corrupção e à influência desmedida do capital financeiro permite o surgimento de figuras como José Luiz Datena e Pablo Marçal. "Nesse ambiente, entra qualquer coisa. É assim que aparecem os Datenas e os Marçais", completou.
Paulo Nogueira também fez uma análise sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, definindo-o como "um serviçal do sistema dominante, a serviço da pirataria e da privatização selvagem". Para ele, Bolsonaro foi uma figura instrumentalizada pelos interesses financeiros que buscam desmoralizar a política. "Ao capital financeiro, interessa a desmoralização da política", ressaltou o economista.
Incidente entre Marçal e Datena
O contexto das declarações de Paulo Nogueira está ligado ao recente episódio envolvendo os candidatos à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) e José Luiz Datena (PSDB). Durante um debate televisionado na TV Cultura, Marçal foi agredido com uma cadeira por Datena após acusações mútuas. O incidente ganhou ampla repercussão e levou Marçal a declarar que foi vítima de uma "tentativa de homicídio".
Marçal, conhecido por suas posições de extrema-direita e histórico como coach motivacional, comparou-se aos ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, alegando ser alvo de perseguição política. Em suas redes sociais, compartilhou imagens que associam os ataques sofridos por Bolsonaro em 2018 e por Trump em 2024 ao episódio vivido por ele no debate.
Reflexões sobre o cenário político
Para Paulo Nogueira Batista Júnior, tais acontecimentos são sintomáticos de uma política que perdeu sua essência representativa. "O que o presidente Lula precisa fazer é não ser percebido como sistema", aconselhou, indicando a necessidade de uma postura que se afaste das práticas tradicionais e corrompidas. Segundo ele, a renovação política passa por uma ruptura com a influência excessiva do capital financeiro e pela recuperação da credibilidade das instituições.
"Ao capital financeiro, interessa a desmoralização da política", reiterou Paulo Nogueira, sugerindo que a instabilidade e a descrença nas estruturas políticas beneficiam interesses econômicos específicos. Ele alerta para o perigo de a política continuar sendo capturada por esses interesses, resultando em governantes que não representam os anseios da população.
Reações e desdobramentos
O episódio entre Marçal e Datena acendeu debates sobre o nível de agressividade e desrespeito nas disputas eleitorais. Enquanto Marçal busca capitalizar politicamente o ocorrido, Datena enfrenta críticas e possíveis repercussões legais pela agressão. Outros candidatos presentes no debate evitaram posicionar-se abertamente sobre o incidente, o que foi lamentado por Marçal.
Analistas políticos apontam que tais eventos reforçam a percepção de que a política brasileira necessita de uma reforma profunda. A polarização extrema e a personalização dos debates afastam o foco das propostas e soluções para os problemas reais da sociedade.
Paulo Nogueira Batista Júnior finaliza sua análise com um alerta: "Enquanto a política estiver dominada pelo poder econômico e pela lógica da cleptocracia, continuaremos vendo o surgimento de figuras que não contribuem para o avanço do país. É urgente resgatar a integridade e a verdadeira representação política." Assista:
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