“Não existe um sucessor do Lula", diz Rui Costa Pimenta
Presidente do PCO afirma que, se o presidente sair do cenário político, haverá uma longa hegemonia da direita
247 – Em entrevista à TV 247 na última sexta-feira (13/12), o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, analisou o cenário político brasileiro e destacou os riscos para a esquerda caso o presidente Lula seja afastado do protagonismo. "Se Lula sair do cenário, a direita vai tomar conta no cenário político", alertou. Para Rui, a ausência de Lula no debate político significaria o enfraquecimento do campo progressista e o retorno da hegemonia conservadora.
Rui foi enfático ao afirmar que não há, hoje, qualquer nome capaz de substituir Lula como líder do projeto político do Partido dos Trabalhadores e da esquerda em geral. "Não existe um sucessor do Lula. Quem mais aparece é o Haddad, mas não existe um sucessor do Lula", disse.
A saúde de Lula e a pressão da burguesia
O dirigente do PCO também abordou a recente recuperação de Lula após a retirada de um coágulo no cérebro, alertando para as consequências dessa fragilidade. "A condição física é uma condição de fraqueza do presidente Lula", afirmou Rui, reforçando que o presidente deve estar atento à sua segurança.
Segundo ele, a burguesia brasileira enxerga na saúde do presidente uma oportunidade para desestabilizar o governo. "A burguesia adoraria ver um Lula incapacitado e um Alckmin presidente", declarou. Para Rui, há uma tentativa sistemática de deslegitimar Lula no poder. "Se a burguesia não quer o Lula, as instituições também não querem o Lula."
Rui destacou que a burguesia utiliza o governo Lula apenas para seus interesses imediatos. "A burguesia usa o governo Lula, mas não o apoia", disse, reforçando que o ex-presidente enfrenta resistências tanto das elites econômicas quanto das instituições.
Críticas a Haddad e ao cenário de sucessão
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi alvo de críticas contundentes por parte de Rui Costa Pimenta. Ele classificou o pacote econômico de Haddad como "inadmissível" e afirmou que a figura do ministro não possui força eleitoral suficiente. "Haddad não é competitivo", afirmou.
Sobre a possibilidade de Geraldo Alckmin assumir a presidência em um eventual afastamento de Lula, Rui demonstrou preocupação. "Alckmin pode se viabilizar se exercer a presidência", alertou, destacando que esse cenário representaria o retorno da hegemonia conservadora.
Ainda que reconheça como normal o debate sobre a sucessão presidencial, Rui advertiu para os riscos de a esquerda perder terreno. "É normal que as pessoas debatam a sucessão, mas, se Lula não for candidato, a direita volta."
O equilíbrio no fio da navalha
Rui Costa Pimenta analisou o momento político como extremamente delicado. "Caminhamos no fio da navalha. Lula está se equilibrando", avaliou. Ele enfatizou que o PT precisa focar na reeleição de Lula para evitar uma crise maior. "Ou o PT lança Lula ou terá graves problemas", afirmou.
O dirigente do PCO também fez uma crítica incisiva ao pacote econômico de Haddad, mas rejeitou a ideia de que divergências com o ministro sejam golpismo. "Fora Haddad não é golpismo", disse.
Um futuro incerto
A análise de Rui Costa Pimenta revela a complexidade do cenário político brasileiro, marcado pela fragilidade institucional e pelos desafios enfrentados pela esquerda em manter a liderança de Lula como figura central. Para ele, a sobrevivência do projeto progressista depende da continuidade de Lula no poder, ainda que em meio a um cenário de disputas intensas.
Se, como ele afirma, "a burguesia não quer o Lula", a pressão sobre o presidente deve aumentar. Ainda assim, Rui alerta: "Se Lula sair do cenário, a direita vai tomar conta no cenário político". O futuro, segundo ele, dependerá da habilidade do presidente em manter o equilíbrio e de sua decisão em permanecer como protagonista nas próximas eleições. Assista:
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