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"O Brasil precisa abrir um debate sério sobre como reverter privatizações", diz Altamiro Borges

Jornalista do Barão de Itararé alerta para impactos da privatização de serviços essenciais e cobra um debate mais profundo sobre a reversão das concessões

(Foto: Reprodução )

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247 - Durante sua participação no programa Giro das Onze da TV 247, o jornalista Altamiro Borges, do Barão de Itararé, voltou a criticar duramente a privatização da distribuição de energia elétrica em São Paulo, após o apagão que deixou milhões de paulistanos sem luz no último dia 11 de outubro. A Enel, multinacional italiana que controla o serviço, foi apontada por Borges como exemplo dos malefícios desse modelo, que prioriza lucros de acionistas em detrimento da qualidade do serviço.

Borges destacou a necessidade de um debate mais amplo, puxado pelo governo, sobre como conter e reverter as privatizações no Brasil, processo que, segundo ele, começou na era de Fernando Henrique Cardoso. “Não tem cabimento ter privatização. Isso começou na era tucana, com Fernando Henrique Cardoso, toda essa onda de privatizações, no que foi chamado, à época, de privataria”, afirmou. Para o jornalista, a privatização não apenas precariza serviços como também coloca em risco a população, como evidenciado pelo apagão.

O jornalista chamou atenção para o fato de que, além da Enel, a Sabesp, responsável pelo saneamento básico em São Paulo, também foi privatizada, o que pode gerar novas crises no futuro. “Se está tendo apagão de luz por causa das empresas privadas, você imagina o que vai ser quando começar a dar problema no saneamento básico em São Paulo. Precisamos fazer um grande debate sobre privatizações”.

O jornalista também não poupou críticas à mídia tradicional, acusando-a de conivência com o processo de privatização. Segundo ele, os veículos hegemônicos evitam abordar as falhas e os impactos dessas concessões, uma vez que defendem a “privataria” desde o governo FHC. “Essa mídia defende as privatizações desde o governo FHC. É ela que fala que o Estado é corrupto, que tem que privatizar tudo, que a iniciativa privada é eficiente, ética”, pontuou.

Borges ressaltou que, enquanto a mídia encobre as responsabilidades das empresas privadas e do governo municipal, a lógica de maximização de lucros dessas companhias continua a prejudicar os serviços essenciais. “A Enel reduziu custos para aumentar os lucros, para pagar dividendos para acionistas e enriquecer os donos da multinacional. Essa é a lógica das empresas privadas”.

Miro também ecoou uma denúncia do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), que responsabiliza diretamente a prefeitura de Ricardo Nunes pelo apagão e os danos causados à população. Segundo o sindicato, a gestão municipal falha ao não investir na manutenção preventiva da cidade, especialmente no cuidado com a arborização e a preparação para eventos climáticos extremos, agora uma realidade cotidiana.

“A população da cidade é vítima do descaso da atual prefeitura”, diz a nota do Sindsep, que critica a falta de concursos para contratar engenheiros agrônomos e florestais, a precariedade dos serviços da Defesa Civil e o desmonte das políticas públicas voltadas à proteção da população.

Para Altamiro Borges, a combinação de uma prefeitura ineficiente e empresas privadas focadas no lucro é desastrosa para a cidade. Ele reforça que o debate sobre a reversão das privatizações precisa ser aprofundado, e o governo deve tomar a dianteira desse processo. “Ou revoga esse contrato ou teremos que aguentar a Enel até 2028”, concluiu o jornalista. Assista na TV 247: 

 

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