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    “O Congresso Nacional hoje serve ao rentismo e se beneficia com as emendas”, diz José Genoino

    Ex-presidente do PT critica política econômica e modelo de governabilidade

    (Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)
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    247 - Em entrevista ao programa Bom Dia 247, o ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, criticou duramente o papel do Congresso Nacional na atual estrutura de poder no Brasil, além de apontar problemas no modelo econômico e na política de segurança pública. Ele defendeu a necessidade de enfrentamento contra o que chamou de “sistema de rentismo” e propôs uma nova coalizão política para viabilizar mudanças no país.

    “O Congresso Nacional serve à política do rentismo. Essa política favorece o centrão, daquilo que é mais conservador. Ele é ligado à currutela, às emendas individuais. Você vê algo atrasado da história política da República com algo aparentemente moderno, que é o sistema de administração de ativos, mais grave do que os bancos tradicionais. Nós temos que fazer um enfrentamento”, afirmou Genoino.

    Segundo ele, o governo enfrenta três grandes tutelas: a segurança pública, o rentismo e o Congresso Nacional, que, na visão dele, busca “capturar o papel do presidente da República como chefe de Estado e chefe de governo”. Ele destacou que o rentismo vai além dos bancos tradicionais, pois envolve a administração de ativos, o que, em sua avaliação, “leva a um grau de especulação, um grau de terrorismo econômico que não tem limite”.

    Para Genoino, a crise é aprofundada pela existência das emendas impositivas, que enfraquecem o Executivo e criam instabilidade institucional. “Enquanto existir emenda impositiva, que é automaticamente liberada sem passar pelo crivo de quem é o chefe do governo, nós vamos ter um agravamento da crise institucional. O Parlamento quer governar com medidas impositivas. Não há solução com emenda impositiva para transparência ou rastreabilidade”, destacou.

    Ele também fez críticas ao modelo de segurança pública, que classificou como uma “guerra social” direcionada contra a população mais vulnerável. “Essa população destituída de direitos tem que ser eliminada, ou pela violência do Estado através do sistema de segurança punitivista, ou pelas milícias do crime organizado. A população pobre e excluída é alvo dessa política”, afirmou.

    Genoino defendeu que o governo deve criar um novo modelo de coalizão política baseado na mobilização da classe trabalhadora, consumidores, pequenos proprietários e movimentos da sociedade civil. “Esse modelo de coalizão que vem com a institucionalidade do golpe tem que ser enfrentado. Nós precisamos de um enfrentamento democrático, de polarização e de um novo diálogo com a sociedade. Governar hoje é enfrentar dois grandes obstáculos: o atraso e o moderno que serve ao sistema financeiro e ao rentismo”, concluiu.

    A entrevista ocorre em um contexto de tensão entre o Executivo e o Legislativo, especialmente após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares. A medida foi criticada por líderes partidários, mas o presidente Lula tentou acalmar os ânimos em reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira, na última quinta-feira (26), reafirmando que o governo federal não interferiu no julgamento do STF e buscando alternativas para resolver o impasse. Assista: 

     

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