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‘O desmonte da fiscalização agravou a crise dos incêndios’, diz Sarrubbo

Secretário Nacional de Segurança Pública critica a cultura das queimadas e o desmonte de estruturas do estado

Mário Sarrubbo (Foto: Divulgação)

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247 – Em entrevista ao programa Boa Noite 247, Mário Sarrubbo, Secretário Nacional de Segurança Pública e ex-procurador de Justiça de São Paulo, destacou a gravidade das recentes ondas de incêndios florestais no Brasil, coincidentes com a pior estiagem da história do país.

Segundo Sarrubbo, "uma grande maioria, sim, na sua esmagadora maioria, há uma cultura de queimada para limpeza de terra, ainda que seja vedada há muito tempo". Ele explica que essa prática, ligada ao agronegócio, foi permitida no passado, mas se tornou ilegal. No entanto, a cultura persistiu devido a uma natureza que se recompunha rapidamente após as secas. "Com o tempo, o Brasil foi experimentando um desmonte das suas estruturas de fiscalização," diz Sarrubbo, alertando que a seca prolongada agora contribui para a expansão dos incêndios.

Sobre as ações para enfrentar a crise, Sarrubbo menciona o projeto "Protetor dos Biomas", que visa intensificar as operações contra queimadas ilegais. Ele ressalta: "Existem investigações. A Polícia Federal tem feito investigações, e houve algumas prisões". O projeto tem mostrado resultados significativos, especialmente na Amazônia e no Pantanal, com uma ampliação dos investimentos e articulações integradas com os estados.

Embora haja indícios de que alguns incêndios possam ter sido deflagrados simultaneamente, o secretário prefere não especular sobre uma possível organização criminosa por trás desses atos. "Estamos trabalhando com a lógica das provas. Até o momento, não podemos afirmar que há um movimento político por trás disso," conclui Sarrubbo, reiterando o compromisso com uma investigação aprofundada e transparente. Assista:

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