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      "Trump será um aliado forte da extrema direita brasileira contra nós", diz Valter Pomar

      Valter Pomar alerta sobre o impacto global da volta de Donald Trump ao poder e a ameaça da extrema direita à democracia no Brasil e no mundo

      (Foto: Reuters | Brasil247)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Em entrevista ao programa Contramola, da TV 247, o historiador e dirigente do PT, Valter Pomar, analisou a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e as implicações desse retorno para a política global. Segundo Pomar, a volta de Trump ao poder representa uma reconfiguração estratégica da extrema direita internacional, com impactos diretos sobre o Brasil. "Trump será um aliado forte da extrema direita brasileira contra nós. Ele está articulado com figuras como Jair Bolsonaro e outros líderes conservadores na América Latina para desestabilizar governos progressistas", afirmou.

      O avanço da extrema direita global

      Para Pomar, a vitória de Trump reflete um momento de fortalecimento das forças conservadoras em escala mundial. "A extrema direita está articulada de forma ideológica e política, com estratégias globais que incluem o uso de fake news, ataques às instituições democráticas e repressão a minorias", destacou.

      Ele mencionou o papel de Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, que mantém ligações diretas com grupos conservadores no Brasil e outros países. "Bannon é um articulador chave desse movimento. Ele já declarou apoio a Jair Bolsonaro e vê no Brasil uma peça central para os planos da extrema direita global. Isso exige de nós uma resposta coordenada e estratégica", pontuou.

      Impacto no Brasil e o fortalecimento de Bolsonaro

      A relação de Trump com Jair Bolsonaro e sua família foi outro ponto abordado por Pomar. Ele destacou a presença de representantes da extrema direita brasileira na posse de Trump e os efeitos desse alinhamento. "Os filhos de Bolsonaro e outras lideranças de extrema direita brasileira estiveram lá para prestar juramento de obediência. Isso simboliza o fortalecimento de uma coalizão que busca desestabilizar o governo Lula e pavimentar o retorno de Bolsonaro ao poder", afirmou.

      Pomar também criticou a postura dos governos progressistas na América Latina diante da ofensiva conservadora. "A extrema direita não apenas está avançando em seus territórios, como está exportando estratégias. No Brasil, isso se reflete no fortalecimento de narrativas golpistas e no uso de figuras como Alexandre de Moraes como alvo de ataques para enfraquecer as instituições democráticas", alertou.

      Uma guerra interna e externa

      O dirigente petista destacou que Trump combina uma agenda de "guerra interna" nos Estados Unidos com uma política externa agressiva. "Nos Estados Unidos, ele vai promover deportações em massa, restringir direitos civis e intensificar o clima de polarização. Na política externa, a América Latina será um foco de pressão, especialmente o Brasil, que tem um papel estratégico para a hegemonia regional dos Estados Unidos", analisou.

      Pomar também alertou para as consequências de medidas de Trump que afetam diretamente o Brasil, como restrições comerciais e desestabilização política. "Eles não vão apenas atacar nossas instituições democraticamente eleitas. Vão tentar isolar economicamente o Brasil e apoiar grupos internos que operem contra o governo. Isso já está claro no discurso de Trump e na articulação de seus aliados com a oposição brasileira", afirmou.

      Resposta e mobilização da esquerda

      Para Pomar, é imprescindível que o governo Lula e os movimentos progressistas estejam preparados para enfrentar essa nova conjuntura. "Não podemos nos limitar a reagir. Precisamos ter uma agenda clara de enfrentamento, com mobilização social, fortalecimento das nossas bases e uma proposta ideológica sólida que enfrente as narrativas conservadoras", defendeu.

      Ele sugeriu que o Brasil adote uma postura mais assertiva no cenário internacional. "Precisamos fortalecer alianças no Sul Global, construir um discurso de soberania nacional e desenvolver políticas que protejam nossa democracia e nossa economia de interferências externas. Isso passa por reforçar o papel do Brics e ampliar o diálogo com outros países da América Latina", apontou.

      A ameaça e o desafio

      Encerrando sua análise, Valter Pomar enfatizou que a volta de Trump ao poder é um sinal de alerta para todas as forças democráticas. "Trump representa um projeto autoritário que vai além dos Estados Unidos. Ele está conectado a redes globais de extrema direita que querem impor uma agenda de exclusão, repressão e concentração de poder. O Brasil precisa estar preparado para enfrentar esse desafio com coragem e estratégia", concluiu. Assista: 

       

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