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    Principais patrocinadoras de clubes da série A ficam de fora da lista de "bets" autorizadas no Brasil

    Lista publicada pelo governo inclui 93 empresas autorizadas, representando 205 marcas de apostas que estão em conformidade com a legislação vigente

    Memphis Depay (Foto: Carla Carniel/Reuters)

    247 - A divulgação da lista de bets autorizadas pelo Ministério da Fazenda para atuar no Brasil surpreendeu o mercado de apostas esportivas ao deixar de fora algumas das principais patrocinadoras de clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, como a Esportes da Sorte e a Stake. Segundo o jornal O Globo, ambas possuem contratos milionários com grandes times de futebol, como Corinthians, Bahia, Athletico-PR, Grêmio e Juventude, que agora podem ser impactados pela ausência de suas parceiras financeiras na relação oficial.

    A Esportes da Sorte, que patrocina quatro clubes da Série A, incluindo o Corinthians, é a principal patrocinadora máster de alguns desses times e firmou contratos de longo prazo. Seu acordo com o Corinthians, por exemplo, é de três anos, no valor de R$ 309 milhões. Já a Stake, parceira do Juventude, também se encontra fora da lista e corre risco de ter seu contrato interrompido caso não regularize sua situação até o dia 11 de outubro.

    A lista publicada pelo governo inclui 93 empresas autorizadas, representando 205 marcas de apostas que estão em conformidade com a legislação vigente Outras 18 empresas conseguiram autorização estadual. As empresas não incluídas, como a Esportes da Sorte e a Stake, devem ter suas atividades suspensas a partir do dia 11, o que preocupa os clubes, que contam com essas receitas para honrar compromissos financeiros.

    Diante da exclusão, as empresas afetadas afirmaram ter cumprido todas as exigências e buscaram esclarecimentos junto ao governo. A Esportes da Sorte declarou que "entregou toda a documentação correspondente dentro dos prazos estabelecidos" e está em contato com as autoridades para resolver a situação. Da mesma forma, outras casas de apostas, como a Reals, que patrocina Coritiba e Amazonas, e a BPX Bets Sports Group, responsável pelas marcas ObaBet e BetPix365, também solicitaram retificação ao Ministério da Fazenda.

    Enquanto isso, o impacto da exclusão dessas empresas já gera apreensão entre os clubes. Grêmio, Athletico-PR, Bahia e Corinthians se reuniram com a Esportes da Sorte em busca de esclarecimentos. O Grêmio, em nota oficial, informou que o contrato segue sendo cumprido por ambas as partes e que ajustes estão sendo feitos para adequação à nova legislação.

    A exclusão das principais patrocinadoras afeta diretamente a principal fonte de patrocínio do futebol brasileiro. Na elite do futebol nacional, 15 dos 20 clubes da Série A têm acordos com empresas de apostas, totalizando valores que ultrapassam os R$ 500 milhões, muitos com validade até 2025 ou 2026. Caso a regularização dessas empresas não ocorra, os clubes terão que remover as logomarcas das bets de seus uniformes e outros materiais publicitários, gerando um grande prejuízo financeiro.

    Além disso, o governo tem monitorado de perto o setor de apostas. Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ministros das pastas da Fazenda, Saúde, Esporte, Casa Civil e Desenvolvimento Social para discutir medidas em torno das apostas esportivas, após um relatório do Banco Central revelar que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas via Pix.

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