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      “Amapá é o estado mais protegido do País e tem o direito de se desenvolver”, diz o governador Clécio Luís

      Clécio defendeu a exploração de petróleo como forma de financiar o desenvolvimento sustentável e combater a pobreza no estado mais preservado do Brasil

      Clécio Luís, governador do Amapá (Foto: Paulo Victor Lago)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O governador do Amapá, Clécio Luís, defendeu com veemência o direito ao desenvolvimento sustentável de seu estado durante o seminário “Margem Equatorial e Políticas Públicas”, realizado no dia 26 de março, em Brasília, pelo Brasil 247, TV 247 e o site Agenda do Poder. No evento, Clécio destacou que o Amapá é o estado mais preservado do Brasil, mas também um dos mais pobres, e que essa contradição precisa ser enfrentada com ousadia, inclusão e planejamento.

       “Somos o estado com os melhores indicadores ambientais e os piores indicadores sociais e econômicos. Isso nos coloca numa situação absolutamente insustentável”, afirmou.

      Segundo o governador, entre 93% e 97% da cobertura florestal nativa do estado está preservada, e 73,5% do território está legalmente protegido, por meio de reservas, parques e terras indígenas. O Amapá foi também o primeiro estado brasileiro a concluir a demarcação de todos os seus territórios indígenas — sem registrar conflitos agrários ou de terra.

       “Se tem um canto desse país onde ninguém pode apontar o dedo quando o assunto é preservação e dignidade humana, esse canto é o Amapá. A exceção é que estamos na pobreza”, disse Clécio.

      Petróleo como fonte de financiamento da floresta em pé

      Clécio defendeu a exploração de petróleo na costa do estado, na chamada Margem Equatorial, como uma fonte legítima de financiamento para projetos sustentáveis, para a infraestrutura e para a melhoria das condições de vida da população amazônica. Ele criticou o que chamou de “visão alarmista e desinformada” de setores que se opõem à atividade petrolífera.

       “A exploração será feita a mais de 500 km da foz do rio Amazonas. Estamos falando de operações em alto-mar, com base em tecnologia avançada e com a expertise da Petrobras, que tem histórico de zero acidentes nesse tipo de atividade.”

      O governador reafirmou que a posição do Amapá não é de conflito com a agenda ambiental, mas de justiça social e equilíbrio. “A floresta em pé precisa ser financiada. E preservar sem garantir dignidade para quem vive sob as copas das árvores é perpetuar a exclusão”, declarou.

      Três eixos estratégicos

      Durante o seminário, Clécio anunciou três frentes de trabalho coordenadas pelo governo estadual para preparar o Amapá diante da possível exploração de petróleo:

      1.  Formação de profissionais locais, a partir de um estudo sobre os perfis que serão demandados pelas operações da Petrobras.
      2.  Programa de desenvolvimento de fornecedores, para fortalecer a indústria, o comércio e os serviços no estado.
      3.  Plano de governança dos royalties do petróleo, com foco em investimentos em infraestrutura, pesquisa aplicada e valorização das cadeias produtivas da bioeconomia.
       “Queremos construir um modelo de desenvolvimento com base em negócios éticos, sustentáveis e de impacto social. Não abriremos mão da preservação, mas também não aceitaremos continuar como exportadores de biodiversidade e importadores de miséria”, afirmou.

      Transição e diversificação energética

      O governador também lembrou que o Amapá já superou a etapa da transição energética. “Começamos com motores a diesel e hoje temos 100% da nossa energia proveniente de fontes renováveis”, disse. Ele destacou ainda que estão em curso estudos para o aproveitamento do potencial solar, eólico e de biomassa, com base em atlas energéticos em parceria com o Rio Grande do Norte.

       “O mundo fala em transição energética. O Amapá já fez. Agora, queremos diversificar. E isso exige recursos, investimento e planejamento.”

      O direito ao desenvolvimento

      Ao fim de sua fala, Clécio reforçou que o estado não aceitará mais decisões unilaterais sobre seu futuro e reiterou que a população local, inclusive os povos indígenas, está em sua maioria favorável à exploração de óleo e gás — desde que com segurança, governança e benefício direto às comunidades.

      “Nada sobre nós sem nós. O Brasil precisa, a Petrobras precisa, e o Amapá precisa. Queremos ter o direito de nos desenvolver com dignidade”, concluiu.

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