Pietro Mendes defende exploração de óleo e gás na Margem Equatorial: “Parar no Brasil aumentaria as emissões globais”
Ministro interino de Minas e Energia afirma que não há incompatibilidade entre transição energética e exploração de novas fronteiras petrolíferas
247 – O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia e ministro interino da pasta, Pietro Mendes, defendeu firmemente a continuidade da exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira. “Não faz sentido parar a produção de petróleo no Brasil”, afirmou Mendes durante o evento “Margem Equatorial e Políticas Públicas”, realizado no dia 26 de março, em Brasília, pelo Brasil 247, pela TV 247 e pelo site Agenda do Poder.
Ao lado de reitores, parlamentares e representantes do setor energético, Pietro Mendes apresentou dados técnicos e argumentou que a exploração na região é compatível com os compromissos ambientais assumidos pelo Brasil. “Não há impedimento técnico nem incompatibilidade com a transição energética. O Brasil já tem uma das matrizes mais limpas do mundo e pode liderar a transição com segurança energética e responsabilidade ambiental”, declarou.
Mendes ressaltou que o país já conta com 49,1% de fontes renováveis em sua matriz energética — índice muito superior à média mundial — e que, mesmo assim, contribui com apenas 1% das emissões globais de gases do efeito estufa. “A pressão internacional muitas vezes ignora essa realidade. A transição precisa ser justa e baseada em evidências. Interromper a produção aqui significa ampliar a demanda por petróleo mais sujo, produzido em outros países”, afirmou.
Durante sua apresentação, o ministro interino destacou que, segundo cenários da Agência Internacional de Energia, mesmo em 2050, com metas ambiciosas de neutralidade climática, o mundo ainda consumirá cerca de 30 milhões de barris de petróleo por dia. “Se o Brasil abrir mão de sua produção, a demanda será atendida por países com padrões ambientais mais baixos, o que aumentaria as emissões globais”, advertiu.
Além do argumento ambiental, Pietro Mendes reforçou a importância econômica e social do setor de óleo e gás. De acordo com estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a ausência de novos investimentos e descobertas pode gerar perdas de até R$ 2,9 trilhões em royalties e participações governamentais até 2050. “Estamos falando de empregos qualificados, arrecadação para estados e municípios e soberania energética”, pontuou.
Sobre a Margem Equatorial, Mendes destacou que os dados científicos disponíveis, incluindo modelagens do Serviço Geológico do Brasil e análises do próprio Ministério, indicam que a área prevista para perfuração não representa risco ambiental significativo. “Não há evidência de corais vivos na região. A modelagem mostra que, mesmo em caso de vazamento, o óleo não tocaria a costa. Essa é a ciência, não uma suposição”, afirmou.
O secretário também criticou entraves no licenciamento ambiental e informou que a Petrobras já investiu aproximadamente R$ 1 bilhão na operação, sendo que o custo diário da sonda parada é de R$ 2,4 milhões. “O parecer técnico do Ibama aprovando o plano de emergência já foi emitido. A licença precisa sair até abril de 2025 para que a perfuração possa ocorrer até outubro”, explicou.
Ao concluir, Pietro Mendes sublinhou o compromisso do governo com a descarbonização da indústria de petróleo e gás, citando avanços como a eletrificação de plataformas, uso de tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS), além de investimentos em biocombustíveis e hidrogênio verde. “Mesmo representando apenas 1% das emissões globais, o Brasil está fazendo sua parte e precisa garantir sua segurança energética com responsabilidade”, concluiu. Assista sua apresentação:
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