Ricardo Cappelli: “o Brasil não pode abrir mão de explorar seus recursos naturais”
Presidente da ABDI defende exploração da Margem Equatorial como motor de desenvolvimento e alerta para riscos de ideologização do debate
247 – Em sua participação no evento Margem Equatorial e Políticas Públicas, realizado no dia 26 de março, em Brasília, pelo Brasil 247, pela TV 247 e pelo site Agenda do Poder, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, defendeu enfaticamente a exploração dos recursos naturais da Margem Equatorial. O encontro, considerado o mais amplo já realizado sobre o tema, reuniu autoridades, especialistas e representantes da indústria para debater o potencial energético e os impactos econômicos e sociais dessa nova fronteira de petróleo e gás do Brasil.
Durante sua fala, Cappelli afirmou que o país não pode abdicar da exploração de suas riquezas naturais, destacando o papel estratégico do petróleo da Margem Equatorial para o desenvolvimento do Arco Norte e para a soberania energética nacional. “O Brasil, na minha opinião, não pode em hipótese alguma abrir mão de explorar as suas riquezas naturais”, afirmou.
Ele ressaltou que o Brasil já é referência mundial em energia limpa, com 93% da matriz elétrica e mais de 50% da matriz energética sendo renovável. “As metas que todos os países estão colocando para 2035, para 2050, o Brasil já alcançou agora. Então o Brasil tem autoridade para falar de transição energética”, declarou. Para Cappelli, essa transição deve ser gradual e não implica abrir mão da exploração de petróleo. “Essa transição não se dá num estalar de dedos de uma hora para outra.”
Citando estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Cappelli apontou que a exploração da Margem Equatorial pode gerar mais de 3 milhões de empregos e incrementar em R$ 778 bilhões o PIB dos estados da região. “Estamos falando de Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Isso muda completamente aquela região”, afirmou.
Ele comparou o potencial brasileiro ao da Guiana, cuja reserva estimada de 10 bilhões de barris gerou um crescimento de 62% no último ano. “Aqui na nossa Margem Equatorial, a reserva estimada é de 30 bilhões de barris de petróleo. É três vezes o que tem na Guiana.”
Cappelli criticou os setores que se opõem à exploração na região, questionando o caráter técnico de pareceres contrários. “Eu vi um parecer que chamaram de técnico, assinado por 26 pessoas contra a exploração. Isso não é parecer técnico, é manifesto político ideológico”, disse.
E acrescentou: “Devia pegar essas 26 pessoas e levar para morar uns 15 dias, um mês, nas regiões mais pobres do Amapá, para ver na pele o que essa riqueza pode representar para a vida de milhões de brasileiros.”
Desenvolvimento regional
Segundo ele, o debate deve estar centrado em políticas públicas que garantam o adensamento das cadeias produtivas e o desenvolvimento regional. “Não é só para esses estados serem pontos de extração do óleo. Tem que adensar as cadeias produtivas locais, desenvolver a indústria, organizar as prefeituras, envolver as universidades. É uma revolução em curso.”
Cappelli também alertou para o risco de a pauta do desenvolvimento ser capturada pela extrema direita, caso a esquerda e os democratas deixem esse debate de lado.
“A bandeira do desenvolvimento é do nosso campo, dos democratas, da esquerda brasileira. O desenvolvimento não pode parar na mão da extrema direita.”
Ele encerrou sua participação citando o caso de Roraima como exemplo da urgência de uma resposta econômica. “Bolsonaro teve 70% dos votos em Roraima. Se a gente não encontrar um eixo de desenvolvimento econômico para a população de lá, esse percentual pode aumentar nas próximas eleições.” Assista:
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: