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    Paris e Berlim apostaram na reestatização dos serviços de saneamento

    Capitais europeias fizeram remunicipalizações da oferta de água e tratamento de esgoto

    Arco do Triunfo, Paris (Foto: Benoit Tessier/Reuters)

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    247 - Cidades como Paris e Berlim reverteram suas privatizações por causa de falhas em modelos regulatórios estabelecidos pelo poder público. Grandes capitais europeias concederam a prestação de seus serviços de água e esgoto à iniciativa privada nos anos 80 e 90. Em nível global, foram 235 remunicipalizações de serviços de água e esgoto no período 2000 a 2015 que atendiam a mais de 100 milhões de pessoas. Em 2020, eram 311, número que subiu para 364 até agora, em 2024. Foi o que apontou Lavinia Steinfort, geógrafa política e pesquisadora do Transational Institute, uma das instituições por trás da Public Services.

    Algumas das causas da reestatização do saneamento na Europa foram críticas à qualidade dos serviços, aumento de tarifa, modelagem contratual errada e atuação fraca dos mecanismos de controle. Os relatos foram publicados nesta quarta-feira (5) pelo jornal Folha de S.Paulo.

    A privatização do serviço de saneamento em Paris aconteceu em 1984, quando, numa parceria público-privada, duas empresas, Veolia e Suez, dividiram a cidade entre si. Na capital francesa, foram 26 anos de privatização, a tentativa de remunicipalização durou sete anos.

    De acordo com Steinfort, do Transational Institute, um dos principais problemas da privatização na capital francesa foi a falta de transparência financeira das empresas privadas. "O contrato com o setor privado foi muito rígido, sem espaço para a administração da cidade influenciar e discutir se as pessoas tinham água suficiente ou se era acessível financeiramente para elas".

    A recordação sobre as soluções adotadas na Europa ocorre um contexto de calamidade no Rio Grande do Sul, onde moradores de 476 das 497 cidades no estado tiveram problemas por causa das enchentes, impactando mais de 2,3 milhões de pessoas. 

    Mais de 572 mil pessoas ficaram desalojadas (morando com parentes ou amigos) e outras 30 mil estão em abrigos. As estatísticas apontaram que 77 mil pessoas e 12 mil animais foram resgatados, respectivamente. Foram registradas 172 mortes desde o dia 29 de abril.

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