Apple é acusada de espionagem e repressão a funcionários nos EUA
Processo denuncia monitoramento de dispositivos pessoais, violação de direitos trabalhistas e políticas de sigilo que restringem liberdade de expressão
247 - A Apple está sendo processada nos Estados Unidos sob graves acusações de espionagem e repressão aos direitos trabalhistas de seus funcionários. Segundo a agência Reuters, a ação foi movida por Amar Bhakta, funcionário da área de publicidade digital, que afirma que a empresa obriga seus trabalhadores a instalarem softwares de monitoramento em dispositivos pessoais usados para o trabalho. Esses programas permitiriam à Apple acessar informações como e-mails, fotos, dados de saúde e outros conteúdos pessoais.
Bhakta, que trabalha na Apple desde 2020, também acusa a companhia de implementar políticas de confidencialidade rigorosas, que restringem discussões sobre condições de trabalho e até mesmo a busca por justiça para denunciar violações. “As políticas e práticas de vigilância da Apple inibem e, portanto, também restringem ilegalmente a denúncia de funcionários, a concorrência, a liberdade de movimentação de funcionários no mercado de trabalho e a liberdade de expressão”, afirma o processo.
Restrição à liberdade de expressão e monitoramento
Além das alegações de espionagem, Bhakta revelou que foi impedido de discutir publicamente questões relacionadas ao seu trabalho, como em podcasts, e instruído a remover informações sobre suas condições laborais de seu perfil no LinkedIn. O funcionário argumenta que tais práticas são ilegais e configuram uma forma de intimidação para evitar denúncias sobre a empresa.
A ação também menciona que a Apple utiliza políticas de confidencialidade para criar um ambiente de medo, onde trabalhadores hesitam em se manifestar sobre condições de trabalho ou procurar novos empregos devido ao risco de retaliação.
Resposta da Apple
Em comunicado, a Apple negou as acusações e afirmou que as alegações apresentadas no processo “não têm méritos”. A empresa destacou que oferece treinamentos regulares aos seus funcionários sobre os direitos de discutir condições de trabalho. “Na Apple, estamos concentrados em criar os melhores produtos e serviços do mundo e em proteger as invenções que nossas equipes criam para os clientes”, declarou um porta-voz da companhia.
Apesar da negativa, a reputação da empresa é posta em xeque diante de acusações graves que desafiam sua imagem pública de inovação e compromisso ético.
Base legal e possíveis implicações
O processo foi apresentado com base em uma lei exclusiva do estado da Califórnia, que permite que trabalhadores ajam como representantes do governo ao processarem empresas por violações de direitos trabalhistas. Caso a denúncia seja julgada procedente, Bhakta poderá receber até 35% do valor recuperado pelo estado, em um modelo que incentiva trabalhadores a denunciarem práticas ilegais.
Se as acusações forem confirmadas, a Apple poderá enfrentar sanções financeiras significativas e, possivelmente, uma reavaliação de suas políticas internas para evitar novos escândalos.
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