Globo usa Moro e Rosângela para atacar fala de Lula sobre presunção de inocência

247 - O jornal O Globo utilizou o ex-juiz declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) Sergio Moro (PR) e sua esposa, Rosângela Moro (SP), para afirmar que o senador e a deputada federal, ambos do União Brasil, avaliaram como "fake news" as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a prisão do general Walter Braga Netto no inquérito do plano golpista.

A matéria publicada no jornal da família Marinho foi intitulada "Moro e Rosângela rebatem Lula após presidente defender presunção de inocência: 'Fake News'", e divulgada na coluna Sonar - A Escuta das Redes.

Durante uma coletiva de imprensa no domingo (15), o chefe de Estado afirmou que o general teve "todo o direito à presunção de inocência, o que eu não tive". Moro respondeu compartilhando um post de sua esposa. "Mais uma fake news do Lula. Ele nunca foi submetido à prisão preventiva. Foi preso somente após julgamento pelo TRF4", publicou o senador na rede X.

O presidente Lula foi condenado sem provas no processo do tríplex no Guarujá (SP). Em 2016, durante a apresentação das denúncias, o então procurador lavajatista Henrique Pozzobon admitiu: "Não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento".

A partir de 2019, começaram a ganhar repercussão nacional as ilegalidades de Moro. Conhecidos como Vaza Jato, trechos de conversas do ex-juiz com procuradores do Ministério Público Federal (MPF-PR) mostraram que o então magistrado interferia na elaboração de denúncias, função exclusiva do MPF, para depois decidir, como juiz, se condenaria ou absolveria o investigado.

Em 2021, o STF declarou a suspeição de Moro no processo de Lula. Com isso, o ex-presidente teve seus direitos políticos restituídos, após ter sido impedido de concorrer na eleição de 2018 devido à interferência da Lava Jato. Após o pleito daquele ano, Moro aceitou o cargo de ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro.

Em 2022, ano de outra eleição, Moro foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em seu domicílio eleitoral. Como consequência, ele precisou disputar o Senado pelo Paraná, e não por São Paulo.

O STF continua investigando a atuação de Moro como juiz de primeira instância na Lava Jato. A Corte analisa denúncias feitas pelo empresário Tony Garcia contra o ex-magistrado e atual parlamentar.