Governo Lula amplia disputa com Elon Musk e mira Starlink
Uma iniciativa legislativa se alia ao governo e busca proteger a soberania nacional diante do avanço da Starlink no Brasil
247 - No último dia 7, o presidente Lula (PT), em entrevista à revista norte-americana New Yorker, criticou o que chamou de "predominância" de satélites da Starlink, da empresa SpaceX, de Elon Musk, na Amazônia. "Não deixaremos alguém que odeia nossa administração, que odeia a democracia e nosso sistema de justiça, assumir o controle das informações de um país e uma região como a Amazônia. Nenhuma empresa, não importa quão poderosa seja, colocará nossa democracia em risco”, afirmou na ocasião.
A fala de Lula revela um movimento mais amplo que tem tomado, pouco a pouco, a agenda do governo. A administração federal vê riscos à soberania diante da popularidade crescente das antenas de Elon Musk no país, principalmente em regiões remotas.
A Starlink funciona com uma constelação de satélites em órbita terrestre baixa, a cerca de 550 km da Terra, que transmite sinal de internet para antenas parabólicas instaladas pelos usuários no solo. Esses satélites, por estarem mais próximos da superfície, garantem menor latência e maior velocidade de conexão. As antenas detectam automaticamente os satélites disponíveis e se comunicam com eles para enviar e receber dados, mesmo em locais remotos sem infraestrutura de fibra óptica ou rede móvel.
Na terça-feira (8), a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou o lançamento de mais 7,5 mil satélites da Starlink no Brasil, elevando o total para 11,9 mil unidades. A ampliação da presença dos satélites e antenas de Elon Musk preocupa o governo, que quer atuar para garantir a soberania brasileira diante do crescimento de uma empresa estrangeira no setor de comunicações do país.
No início de abril, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, solicitou ao presidente Lula que o governo revise, ainda em 2025, os contratos de serviços e cooperação firmados com a Starlink. A proposta consta em indicação oficial enviada ao Palácio do Planalto. A justificativa apresentada por Lindbergh se baseia no risco à soberania nacional diante da crescente dependência de empresas estrangeiras para o fornecimento de internet e infraestrutura digital.
O parlamentar também criticou o comportamento político de Elon Musk, hoje braço-direito do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “A atuação político-ideológica e arbitrária de seu CEO apresenta um risco para a soberania nacional brasileira”, diz o documento. Lindbergh propõe que o Estado brasileiro invista em ecossistemas digitais nacionais e use seu poder de compra para reduzir a dependência de empresas como a Starlink, reforçando a segurança cibernética e a autonomia tecnológica do país.
A iniciativa do deputado se alia ao próprio governo, ambos reconhecendo o risco de ‘entregar’ o serviço de internet no país nas mãos de um bilionário estrangeiro fortemente ligado à extrema direita mundial.
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