Intercept publica vídeo sensacionalista contra Mascaro e é rechaçado pelo público: ‘mídia fascista a serviço do imperialismo’
Desmoralização do site estadunidense pode ser o ponto de virada na cultura do cancelamento, uma política de extrema-direita que se traveste de progressista
247 – O site estadunidense The Intercept, fundado pelo bilionário Pierre Omidyar, figura notoriamente conectada ao estado profundo americano e à promoção de revoluções coloridas ao redor do mundo, como foi o golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, publicou nesta semana um vídeo sensacionalista contra o professor e jurista Alysson Mascaro, um dos principais intelectuais marxistas do País, em que mais uma vez o acusa de assédio sexual a partir de acusações frágeis, anônimas e desprovidas de quaquer comprovação material. Graças a essa campanha, Mascaro foi afastado de suas funções na Universidade de São Paulo, depois que o governador Tarcísio de Freitas, de extrema-direita, publicou um decreto permitindo o afastamento cautelar antes mesmo de qualquer apuração interna.
O ponto interessante do vídeo, publicado no canal do Intercept Brasil no Youtube, é a reação extremamente negativa do público, que condena o assassinato de reputação promovido pela publicação estadunidense. Na grande maioria dos comentários, os leitores e telespectadores condenam o sensacionalismo do Intercept, que se evidencia na própria música escolhida, e o caráter fascista da prática de assassinar reputações a partir de denúncias sem provas. Muitos telespectadores apontam, inclusive, o vínculo do Intercept com o imperialismo. Confira, abaixo, algumas das reações:
Paradoxalmente, o Intercept se apresenta ao público brasileiro como um site progressista – e não de extrema-direita, embora suas ações práticas, como o assassinato de reputações e o cancelamento, sejam condutas típicas da extrema-direita. Essa maquiagem ideológica do Intercept se enquadra no conceito de “full spectrum dominance", ou seja, dominação de espectro total, em que impérios dominam povos colonizados oferecendo alternativas de direita, extrema-direita ou mesmo pretensamente “progressistas". O objetivo é enquadrar o pensamento de esquerda dentro de uma lógica que serve aos interesses imperiais. Não por acaso, as principais vítimas do cancelamento são vozes importantes do pensamento de esquerda, como ocorreu recentemente com o professor Boaventura de Sousa Santos, o ex-ministro Silvio Almeida e, agora, o professor Alysson Mascaro.
Entretanto, a reação negativa do público diante do caso Mascaro indica que o Brasil pode estar prestes a viver um ponto de virada na cultura do cancelamento. A cada postagem do Intercept nas redes sociais, mais vozes se levantam contra a perfídia editorial comandada pelo veículo estadunidense contra um intelectual marxista, que denuncia as entranhas do sistema capitalista e defende uma maior formação ideológica para superar suas contradições.
O Intercept não tem conseguido angariar simpatizantes para suas denúncias e mesmo a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, que já afastou Mascaro liminarmente, hoje se encontra na defensiva. O diretor Celso Campilongo escreveu ao 247, afirmando que Mascaro será ouvido no momento adequado e que a defesa terá acesso ao teor das denúncias, mas não explicou porque houve antecipação da pena, sem presunção de inocência, no seio de uma das mais tradicionais faculdades de Direito do Brasil. Espera-se que a USP não arraste a sua credibilidade no lamaçal de um veículo de comunicação que não consegue convencer nem mesmo seus próprios leitores. Assista o vídeo e tire suas próprias conclusões:
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: