Biden discute possíveis ataques a instalações nucleares iranianas
Reunião em Washington não resultou em uma decisão específica
247 - O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, apresentou ao presidente Joe Biden um plano para um possível ataque estadunidense às instalações nucleares do Irã, caso Teerã avance em seu programa nuclear antes do término do mandato de Biden em 20 de janeiro, informou o portal Axios nesta quinta-feira (2), citando três fontes familiarizadas com o assunto.
A reunião secreta, realizada há algumas semanas, liderada por Sullivan, foi parte de um "planejamento prudente de cenários", segundo um funcionário de Washington. Ele destacou que o encontro não tinha como objetivo imediato a decisão de realizar um ataque e que não houve novos desenvolvimentos que justificassem a reunião.
Biden e sua equipe discutiram várias opções e cenários para uma resposta dos EUA caso o Irã acelerasse seu programa nuclear, como o enriquecimento de urânio a 90% de pureza, disseram as autoridades.
De acordo com as fontes, o encontro não resultou em uma decisão específica, nem tinha essa intenção. Além disso, atualmente não há discussões na Casa Branca sobre uma possível ação militar contra o Irã.
As fontes também mencionaram que Sullivan e outros aliados de Biden acreditam que enfraquecer as defesas aéreas iranianas, bem como os aliados de Teerã na região, poderia aumentar as chances de sucesso de um possível ataque e reduzir o risco de retaliação.
Rafael Grossi, chefe da agência de vigilância nuclear da ONU, a AIEA, visitou o Irã em novembro para se reunir com altos funcionários iranianos e inspecionar as instalações nucleares em Fordow e Natanz. O objetivo da visita foi avaliar o progresso na implementação do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês). O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, assegurou a Grossi que Teerã não buscará armas nucleares.
Em 2015, Reino Unido, Alemanha, China, Rússia, Estados Unidos e França assinaram um acordo com o Irã que oferecia alívio de sanções em troca de restrições ao programa nuclear iraniano. Os EUA se retiraram do JCPOA em 2018 e reimpuseram sanções a Teerã, que, em resposta, anunciou uma redução gradual de seus compromissos com a pesquisa nuclear e o enriquecimento de urânio. Uma nova rodada de consultas entre o Irã e os três países europeus partes no acordo nuclear original terá lugar em 13 de janeiro, informou a mídia iraniana nesta quarta-feira, citando o Ministério das Relações Exteriores.
Em novembro, a AFP informou, citando fontes, que o Conselho de Governadores da AIEA adotou uma resolução criticando o Irã por sua falta de cooperação em relação à questão nuclear. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores iraniano anunciou que Teerã lançará um número significativo de novas centrífugas avançadas.
Em novembro, o Axios informou que o ataque de Israel ao Irã, no final de outubro de 2024, destruiu uma instalação secreta ativa de pesquisa de armas nucleares no complexo militar de Parchin, afetando a capacidade do país de retomar pesquisas sobre armamentos nucleares. A instalação destruída fazia parte do programa nuclear Amad do Irã, que teria sido interrompido por Teerã em 2003. (Com informações da Sputnik).
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