Biden impõe novas restrições à exportação de chips de IA para conter avanço tecnológico da China
Gigante asiático acusa os EUA de “abuso de controles de exportação” e promete adotar mais medidas para proteger seus interesses
247 - Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (13) novas e rigorosas restrições à exportação de chips de inteligência artificial (IA), em uma tentativa de limitar o avanço tecnológico da China. A decisão, tomada pela administração do presidente Joe Biden, busca reforçar a liderança americana no setor de IA e impedir que adversários estratégicos utilizem tecnologia de ponta para fins militares.
Conforme informado pelo South China Morning Post, as novas regras, divulgadas uma semana antes da transição para o governo de Donald Trump, impõem restrições severas à exportação de chips e tecnologias relacionadas à IA para países considerados ameaças à segurança nacional dos EUA, incluindo China, Rússia, Irã e Coreia do Norte. Enquanto aliados estratégicos, como Japão, Reino Unido, Coreia do Sul e Holanda, permanecem praticamente isentos dessas limitações, outros 120 países enfrentarão limites na aquisição dessa tecnologia.
“Os EUA lideram o desenvolvimento da IA e o design de chips, e é fundamental que continuemos assim”, afirmou a secretária de Comércio, Gina Raimondo. Ela destacou que a medida visa proteger a segurança nacional e impedir que tecnologias sensíveis fortaleçam capacidades militares estrangeiras.
A iniciativa faz parte de uma estratégia de quatro anos da administração Biden para conter o acesso chinês a semicondutores avançados, essenciais para o desenvolvimento de sistemas militares. As novas regras também dificultam a construção de data centers por empresas em países com restrições, exigindo aprovação prévia do Departamento de Comércio.
A China reagiu com veemência, acusando os EUA de “abuso de controles de exportação” e prometeu adotar medidas para proteger seus interesses. Em resposta anterior a restrições similares, Pequim restringiu a exportação de minerais críticos como gálio, germânio e grafite, essenciais para indústrias militares e civis.
Empresas de tecnologia nos EUA também manifestaram preocupação. A Nvidia classificou as regras como um “excesso” que afeta até mesmo produtos disponíveis em computadores pessoais. O setor teme que as novas medidas fragmentem cadeias globais de suprimento e incentivem empresas estrangeiras a buscar alternativas fora dos EUA.
As novas restrições ainda precisam ser implementadas, com um prazo de 120 dias para entrarem em vigor, permitindo possíveis revisões pela próxima administração. Esse período será um teste para a política de Donald Trump em relação à China, que até agora tem equilibrado críticas ao governo chinês com gestos diplomáticos.
Especialistas avaliam que a China pode aproveitar o prazo para estocar chips essenciais ou estabelecer centros de computação em terceiros países, buscando driblar as restrições.
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