Big Techs estão ajudando a perseguir imigrantes ao liberar discurso de ódio, aponta professor

247 - As grandes empresas de tecnologia estão facilitando a perseguição a imigrantes nos Estados Unidos ao flexibilizar suas políticas contra discurso de ódio e fornecer ferramentas de vigilância ao governo. A denúncia foi feita pelo professor e pesquisador Ulises Ali Mejias em um artigo publicado na Al Jazeera, no qual ele detalha como a Meta, controladora do Facebook e Instagram, alinhou-se às diretrizes da administração Trump ao deixar de classificar declarações depreciativas contra imigrantes como discurso de ódio.

Mejias destaca que essa colaboração não se limita ao controle do discurso online. Empresas como Palantir, Amazon e Salesforce têm contratos milionários com agências de imigração para fornecer tecnologia de monitoramento. Desde 2020, o governo americano gastou cerca de US$ 7,8 bilhões em contratos com 263 empresas privadas para reforçar a vigilância de imigrantes.

Entre as ferramentas utilizadas, o aplicativo SmartLINK se apresenta como uma alternativa “humanizada” à detenção, mas na prática coleta dados sensíveis dos imigrantes, incluindo reconhecimento facial, impressões de voz e informações médicas. Além disso, o governo ampliou a coleta de DNA de imigrantes sob o pretexto de resolver crimes futuros, embora estatísticas oficiais indiquem que imigrantes cometem menos crimes, em média, do que cidadãos nativos.

Para Mejias, a crescente aliança entre as big techs e o governo na repressão a imigrantes representa uma fusão entre o poder das gigantes da tecnologia e a agenda política da extrema-direita. Ele defende que apenas a mobilização popular poderá barrar essa ofensiva e proteger os direitos dos imigrantes. (Com informações da Al Jazeera).