Chanceler do Irã anuncia que serão realizadas negociações indiretas com os EUA no sábado
Ministro iraniano das Relações Exteriores confirma conversas com Washington com intermediação de Omã
247 - Em declaração publicada na rede social X, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araqchi, confirmou que Teerã e Washington realizarão conversas indiretas de alto nível no próximo sábado em Omã, informa o canal iraniano HispanTV.
A informação foi divulgada após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que ambos os países estariam em vias de um diálogo direto.
“O Irã e os Estados Unidos se reunirão em Omã no sábado para conversas indiretas de alto nível”, escreveu Araqchi na manhã desta terça-feira (8), acrescentando que as negociações representam “tanto uma oportunidade quanto um teste”. Ele enfatizou: “A bola está no campo dos Estados Unidos”.
Na noite anterior, o presidente Donald Trump havia declarado, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em Washington, que o Irã e os Estados Unidos estavam envolvidos em negociações diretas e que uma reunião de alto nível ocorreria no sábado. Trump também afirmou desejar que Israel participe de qualquer eventual acordo com Teerã e reiterou que os EUA buscam evitar conflitos com a República Islâmica.
Apesar da declaração do presidente norte-americano, fontes oficiais do Irã reiteram que qualquer negociação será feita de forma indireta. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqai, reafirmou na segunda-feira a disposição de seu país para negociações com os EUA, embora tenha esclarecido que ainda não houve resposta formal de Washington à proposta enviada por Teerã. "Propusemos manter negociações indiretas, mas até agora não recebemos uma resposta oficial à nossa carta", disse Baqai em coletiva de imprensa.
No mesmo dia, Araqchi também havia destacado que não houve até o momento qualquer rodada formal de negociação entre os dois países. No entanto, ressaltou a disposição do Irã de participar de diálogos, ainda que indiretos, desde que haja respeito mútuo e igualdade de condições.
Desde janeiro, o governo dos Estados Unidos tem oscilado entre ameaças e apelos ao diálogo. O presidente Donald Trump tem elevado o tom contra o Irã, inclusive insinuando a possibilidade de uma ação militar caso um novo acordo nuclear não seja firmado. Paralelamente, membros de seu gabinete têm declarado publicamente o interesse em abrir canais de negociação.
Como parte dessa ofensiva política, Trump também ameaçou impor “tarifas secundárias” contra Teerã, o que foi interpretado como uma tentativa de pressão econômica. Diante desse cenário, o governo iraniano reafirmou que não aceitará qualquer tipo de intimidação. “Estamos dispostos a dialogar, mas nunca sob ameaças”, foi o recado transmitido por suas autoridades diplomáticas.
Embora ainda haja incertezas quanto aos desdobramentos do encontro em Omã, a movimentação diplomática representa um possível degelo nas tensas relações entre Teerã e Washington. Para o Irã, o encontro indireto pode ser uma forma de manter sua dignidade política e defender sua soberania, evitando confrontos diretos enquanto mantém abertos os canais de diálogo.
Já para os Estados Unidos, trata-se de uma oportunidade de frear a escalada militar na região, especialmente diante da instabilidade no Oriente Médio e da crescente pressão da comunidade internacional por soluções diplomáticas duradouras.
A expectativa agora gira em torno do resultado das negociações em Omã, que podem representar um passo decisivo para a reconfiguração das relações entre os dois países — ou mais uma rodada de impasse.
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