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      Chanceler do Irã anuncia que serão realizadas negociações indiretas com os EUA no sábado

      Ministro iraniano das Relações Exteriores confirma conversas com Washington com intermediação de Omã

      Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi 19/10/2024 (Foto: REUTERS/Dilara Senkaya)
      José Reinaldo avatar
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      247 - Em declaração publicada na rede social X, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araqchi, confirmou que Teerã e Washington realizarão conversas indiretas de alto nível no próximo sábado em Omã, informa o canal iraniano HispanTV.

      A informação foi divulgada após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que ambos os países estariam em vias de um diálogo direto. 

      “O Irã e os Estados Unidos se reunirão em Omã no sábado para conversas indiretas de alto nível”, escreveu Araqchi na manhã desta terça-feira (8), acrescentando que as negociações representam “tanto uma oportunidade quanto um teste”. Ele enfatizou: “A bola está no campo dos Estados Unidos”.

      Na noite anterior, o presidente Donald Trump havia declarado, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, em Washington, que o Irã e os Estados Unidos estavam envolvidos em negociações diretas e que uma reunião de alto nível ocorreria no sábado. Trump também afirmou desejar que Israel participe de qualquer eventual acordo com Teerã e reiterou que os EUA buscam evitar conflitos com a República Islâmica.

      Apesar da declaração do presidente norte-americano, fontes oficiais do Irã reiteram que qualquer negociação será feita de forma indireta. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqai, reafirmou na segunda-feira a disposição de seu país para negociações com os EUA, embora tenha esclarecido que ainda não houve resposta formal de Washington à proposta enviada por Teerã. "Propusemos manter negociações indiretas, mas até agora não recebemos uma resposta oficial à nossa carta", disse Baqai em coletiva de imprensa.

      No mesmo dia, Araqchi também havia destacado que não houve até o momento qualquer rodada formal de negociação entre os dois países. No entanto, ressaltou a disposição do Irã de participar de diálogos, ainda que indiretos, desde que haja respeito mútuo e igualdade de condições.

      Desde janeiro, o governo dos Estados Unidos tem oscilado entre ameaças e apelos ao diálogo. O presidente Donald Trump tem elevado o tom contra o Irã, inclusive insinuando a possibilidade de uma ação militar caso um novo acordo nuclear não seja firmado. Paralelamente, membros de seu gabinete têm declarado publicamente o interesse em abrir canais de negociação.

      Como parte dessa ofensiva política, Trump também ameaçou impor “tarifas secundárias” contra Teerã, o que foi interpretado como uma tentativa de pressão econômica. Diante desse cenário, o governo iraniano reafirmou que não aceitará qualquer tipo de intimidação. “Estamos dispostos a dialogar, mas nunca sob ameaças”, foi o recado transmitido por suas autoridades diplomáticas.

      Embora ainda haja incertezas quanto aos desdobramentos do encontro em Omã, a movimentação diplomática representa um possível degelo nas tensas relações entre Teerã e Washington. Para o Irã, o encontro indireto pode ser uma forma de manter sua dignidade política e defender sua soberania, evitando confrontos diretos enquanto mantém abertos os canais de diálogo.

      Já para os Estados Unidos, trata-se de uma oportunidade de frear a escalada militar na região, especialmente diante da instabilidade no Oriente Médio e da crescente pressão da comunidade internacional por soluções diplomáticas duradouras.

      A expectativa agora gira em torno do resultado das negociações em Omã, que podem representar um passo decisivo para a reconfiguração das relações entre os dois países — ou mais uma rodada de impasse.

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