247 - &nbsp;Em reunião realizada nesta sexta-feira (14), em Pequim, a China, a Rússia e o Irã enfatizaram a necessidade de acabar com todas as sanções unilaterais ilegais e promover soluções diplomáticas para abordar a questão nuclear iraniana, informa a Prensa Latina.
Os vice-ministros das Relações Exteriores dos três países declararam que o contato político e diplomático, baseado no respeito mútuo, é a única opção eficaz e viável para resolver as tensões.
Eles enfatizaram a importância de abordar as causas profundas da situação atual e rejeitaram o uso de sanções coercitivas ou ameaças militares.
Os participantes reafirmaram a importância da Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU e seu cronograma.
Nesse sentido, eles pediram a todas as partes envolvidas que evitem ações que aumentem as tensões e criem condições favoráveis ​​para esforços diplomáticos.
Eles também enfatizaram a importância do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) como pedra angular do sistema internacional de não proliferação.
Rússia e Irã expressaram seu apreço pelo papel construtivo da China em sediar a reunião em Pequim.
As três nações concordaram em continuar a comunicação e a colaboração no futuro para abordar esta e outras questões de interesse comum.
Em particular, a China e a Rússia acolheram com satisfação a reiteração do Irã de que seu programa nuclear tem fins pacíficos e não visa desenvolver armas nucleares.
Eles apoiaram o compromisso de Teerã de cumprir integralmente suas obrigações sob o TNP e sua cooperação contínua com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Durante a reunião trilateral, diplomatas seniores enfatizaram a necessidade de respeitar integralmente o direito do Irã de usar energia nuclear para fins pacíficos.
Além disso, as partes discutiram questões regionais e internacionais de interesse comum e concordaram em fortalecer sua coordenação dentro de organizações como o BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai (OCX).
Eles reiteraram a urgência de eliminar todas as sanções unilaterais ilegais e promover um ambiente propício ao diálogo.
A reunião trilateral sobre o programa nuclear do Irã buscou fortalecer a comunicação e a coordenação como parte dos esforços diplomáticos da China para resolver a questão por meios políticos.

José Reinaldo

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Mundo

China, Rússia e Irã defendem diálogo político e o fim das sanções

Por Parisa Hafezi e Elwely Elwelly
DUBAI (Reuters) - O líder supremo do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Ir%C3%A3">Irã</a>, aiatolá Ali Khamenei, rejeitou nesta quarta-feira a ideia de manter negociações com os Estados Unidos sobre um acordo nuclear, depois que uma carta do presidente dos EUA, Donald Trump, solicitou um diálogo com o país.
Trump disse na semana passada que enviou uma carta a Khamenei propondo negociações nucleares, mas também alertando que "há duas maneiras de lidar com o Irã: militarmente ou você faz um acordo" impedindo Teerã de adquirir armas nucleares.
A carta foi entregue nesta quarta-feira ao ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, por Anwar Gargash, conselheiro diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos.
Enquanto Araqchi e Gargash se reuniam, Khamenei disse a um grupo de estudantes universitários que a oferta de Trump para negociações era "um engano com o objetivo de enganar a opinião pública", informou a mídia estatal.
"Quando sabemos que eles não vão honrar, qual o sentido de negociar? Portanto, o convite para negociar... é um engano da opinião pública", disse Khamenei conforme a mídia estatal.
<a href="https://www.brasil247.com/search?term=Khamenei">Khamenei </a>afirmou ainda que negociar com o governo Trump, que segundo ele tem exigências excessivas, "apertará o nó das sanções e aumentará a pressão sobre o Irã".
Em 2018, Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear de Teerã de 2015 com potências mundiais, restabelecendo sanções que prejudicaram a economia do Irã. Teerã reagiu um ano depois violando as restrições nucleares do acordo.
Khamenei, que tem a palavra final em assuntos de Estado iranianos, disse na semana passada que Teerã não seria intimidada e levada a negociar com "demandas excessivas" e ameaças.
Os <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Emirados+%C3%81rabes+Unidos">Emirados Árabes Unidos</a>, um dos principais parceiros de segurança de Washington no Oriente Médio e anfitrião das tropas dos EUA, também mantêm laços calorosos com Teerã. Apesar das tensões passadas, os laços comerciais e de negócios entre os dois países permaneceram fortes, e Dubai serviu como um importante centro comercial para o Irã por mais de um século.
Ao deixar a porta aberta para um pacto nuclear com Teerã, Trump restabeleceu a campanha de "pressão máxima" que aplicou em seu primeiro mandato como presidente, para isolar o Irã da economia global e levar suas exportações de petróleo a zero.
<h3>URÂNIO</h3>
O Irã nega há muito tempo querer desenvolver uma arma nuclear.
"Se quiséssemos construir armas nucleares, os EUA não seriam capazes de parar isso. Nós mesmos não queremos isso", disse Khamenei.
No entanto, o estoque de urânio enriquecido do <a href="https://www.brasil247.com/search?term=Ir%C3%A3">Irã </a>com até 60% de pureza, próximo ao nível de aproximadamente 90% para armas, aumentou, disse a Agência Internacional de Energia Atômica no final do mês passado.
Separadamente, Araqchi denunciou uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira, sobre o trabalho nuclear do Irã, como um novo processo que coloca em dúvida a boa vontade dos participantes.
Seis dos 15 membros do conselho -- França, Grécia, Panamá, Coreia do Sul, Reino Unido e EUA -- solicitaram a reunião devido à expansão do estoque de urânio próximo ao nível de armas pelo Irã.
Araqchi disse que o Irã em breve terá uma quinta rodada de negociações com França, Reino Unido e Alemanha -- partes do pacto nuclear iraniano de 2015.
"Nossas conversas com os europeus estão em andamento e continuarão... no entanto, qualquer decisão do Conselho de Segurança da ONU ou do conselho de governadores do órgão de vigilância nuclear da ONU de nos pressionar colocará em questão a legitimidade dessas conversas", disse Araqchi, de acordo com a mídia estatal.
Em separado, o Ministério das Relações Exteriores chinês disse que a <a href="https://www.brasil247.com/search?term=China">China </a>e a Rússia manterão conversas com autoridades iranianas em Pequim na sexta-feira, para discutir a questão nuclear iraniana.

Luis Mauro Filho

Líder do Irã rejeita ideia de negociações nucleares com os EUA

247 - No ano que marca o décimo aniversário do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), Estados Unidos, China e Rússia demonstram interesse em renegociar um acordo nuclear com o Irã. A iniciativa ocorre após anos de tensões e sanções impostas a Teerã, agravadas desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou, em seu primeiro mandato, os EUA do tratado, chamando-o de "inaceitável" à época. Agora, o próprio presidente norte-americano diz querer um novo entendimento com os iranianos.
Desde que reassumiu o cargo, Trump tem enfatizado sua estratégia de "pressão máxima" sobre o Irã, mas também manifestou a esperança de um "acordo de paz nuclear verificado" com o país. Nesta sexta-feira (7), ele enviou uma carta aos líderes iranianos exigindo que aceitem iniciar conversas.
"Eu disse: espero que vocês negociem, porque será muito melhor para o Irã", declarou Trump em entrevista à Fox Business Network, transmitida na sexta-feira. "Acho que eles querem receber essa carta. A outra alternativa é que temos que fazer alguma coisa, porque não podemos permitir outra arma nuclear".&nbsp;
A Reuters informou que a carta foi possivelmente endereçada ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
<h3>China e Rússia veem diplomacia como única solução</h3>
Além dos EUA, China e Rússia também se mostraram dispostas a buscar um novo entendimento sobre o programa nuclear iraniano. O embaixador permanente da China na Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), Li Song, destacou na quinta-feira (6) que o histórico das negociações sobre o JCPOA demonstrou que a única maneira eficaz de lidar com a questão nuclear iraniana é por meio de medidas políticas e diplomáticas.
A Rússia também se manifestou. O Kremlin sinalizou estar pronto para fazer tudo o que for possível para facilitar qualquer processo pacífico.&nbsp;
<h3>Irã se diz aberto&nbsp;</h3>
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou em janeiro que Teerã está aberto a negociações, desde que respeitem seus interesses nacionais. A declaração reforça que a República Islâmica não descarta um novo acordo, mas deseja garantias de que seu programa nuclear não será alvo de novas restrições unilaterais.
O acordo original, firmado em 2015 entre Irã, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, China, Rússia e União Europeia, previa o alívio de sanções contra Teerã em troca de limitações em seu programa nuclear. No entanto, com a retirada dos EUA em 2018 sob o governo Trump, o Irã passou a reduzir gradualmente seus compromissos, retomando pesquisas nucleares e aumentando os níveis de enriquecimento de urânio. (Com agências).&nbsp;

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