Irã diz que não há solução militar para o acordo nuclear
País persa reforça compromisso com solução diplomática
247 - O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araqchi, rejeitou de forma contundente as ameaças feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre uma possível ação militar contra o programa nuclear iraniano. Em uma declaração publicada em sua conta na rede social X, Araqchi afirmou que "o engajamento diplomático funcionou no passado e ainda pode funcionar", enfatizando que "por definição, não há 'opção militar', muito menos uma 'solução militar'" para a questão nuclear do país.
As declarações do chanceler iraniano surgem poucos dias após Teerã confirmar que havia enviado uma resposta a uma carta recente de Donald Trump solicitando negociações. No entanto, no último domingo, o presidente dos EUA reiterou suas ameaças de bombardear o Irã caso um novo acordo sobre o programa nuclear pacífico não fosse alcançado. Em resposta, o líder supremo do Irã, aiatolá Seyed Ali Khamenei, alertou que qualquer agressão receberia "um golpe duro, esmagador e decisivo".
Araqchi reforçou que o Irã continua comprometido com os termos do acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA), no qual o país se comprometeu a não buscar, desenvolver ou adquirir armas nucleares. "O presidente dos EUA pode não gostar do acordo nuclear de 2015, mas ele contém um compromisso vital do Irã que continua em vigor, e do qual até mesmo os EUA, por estarem fora do acordo, se beneficiaram", afirmou o chanceler.
O diplomata também citou que, mesmo após uma década da assinatura do JCPOA, não há qualquer evidência de que o Irã tenha violado suas obrigações. Ele mencionou ainda recentes declarações da diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, que afirmou a um comitê do Senado que "a comunidade de inteligência dos EUA continua avaliando que o Irã não está construindo uma arma nuclear".
Nos últimos dias, o governo iraniano criticou a retórica contraditória de Washington, que oscila entre a oferta de diálogo e a imposição de sanções e ameaças militares. Araqchi reforçou que, apesar da hostilidade dos EUA, o Irã segue aberto à diplomacia, especialmente por meio das negociações com Reino Unido, França e Alemanha, signatários do JCPOA. Entretanto, o Irã reitera que "negociações diretas com os Estados Unidos sob pressão e ameaças estão descartadas".
O ministro também revelou ter conversado recentemente com Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pedindo que o órgão adote uma posição clara contra as ameaças feitas às instalações nucleares iranianas. Para Teerã, a diplomacia segue como a melhor alternativa para resolver a questão, desde que os EUA abandonem sua postura beligerante.
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