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      China estuda retaliação contra tarifas dos EUA e deve mirar setor agropecuário

      Pequim avalia medidas contra sobretaxa de 10% anunciada por Washington, com foco em produtos agrícolas e alimentícios

      O presidente da China, Xi Jinping, discursou durante a sessão de encerramento do Congresso Nacional do Povo no Grande Salão do Povo, em Pequim, em 13 de março de 2023 (Foto: Reuters)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A China está estudando contramedidas para responder às ameaças dos Estados Unidos de impor uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses, sob o pretexto da crise do fentanil. A informação foi divulgada pelo Global Times, que cita uma fonte confiável sob anonimato.

      Segundo a fonte, as medidas de retaliação podem incluir tanto tarifas quanto restrições não tarifárias, com uma provável incidência sobre produtos agrícolas e alimentícios dos EUA. "Se os Estados Unidos insistirem em impor tarifas unilaterais e formalizarem tais medidas, a China certamente responderá com contramedidas fortes e efetivas", destacou a fonte.

      A decisão do governo americano foi anunciada pelo presidente Donald Trump em uma postagem nas redes sociais na última quinta-feira. Ele afirmou que os EUA aplicarão tarifas sobre produtos do Canadá e do México a partir de 4 de março, e que "a China também será taxada em 10%" nessa mesma data, conforme reportado pela Associated Press.

      O posicionamento norte-americano provocou forte oposição de vários ministérios chineses. Questionado sobre a decisão de Washington, um porta-voz do Ministério do Comércio da China (MOFCOM) afirmou que o país é um dos mais rigorosos no combate ao narcotráfico, tanto em termos de política quanto de implementação, e que colabora com diversos países, incluindo os EUA, na luta contra o fentanil.

      O porta-voz ressaltou que tentar transferir a responsabilidade para outros países não resolverá o problema interno dos EUA, além de impor mais custos a empresas e consumidores norte-americanos e prejudicar a estabilidade da cadeia industrial global. "A China espera que os Estados Unidos não repitam seus erros e retornem rapidamente ao caminho do diálogo equitativo para resolver as diferenças. Se os EUA insistirem em seguir nesse rumo, a China adotará todas as contramedidas necessárias para proteger seus direitos e interesses legítimos", afirmou.

      O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, também criticou a iniciativa norte-americana. "A China deplora firmemente e se opõe veementemente a essa medida e tomará as providências necessárias para defender seus interesses", afirmou em entrevista coletiva. Ele alertou que insistir em usar a questão do fentanil como forma de pressão, coerção e chantagem contra a China será contraproducente, prejudicando o diálogo e a cooperação bilateral na área de combate às drogas.

      As tensões comerciais entre China e Estados Unidos vêm crescendo desde a gestão de Trump, quando Washington impôs tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses. Pequim respondeu com medidas similares, atingindo especialmente setores como agricultura e manufatura nos EUA. A nova rodada de tarifas proposta pelo governo americano pode reacender disputas comerciais e aumentar a volatilidade nos mercados globais.

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