Hamas diz que escalada militar de Israel agrava sofrimento dos civis e impede solução negociada para libertação de prisioneiros
Hamas diz que ataques de Israel em Gaza são vingança e não estratégia militar
247 - O Hamas voltou a condenar nesta terça-feira (8) a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, classificando-a como um ato de vingança contra civis e não como uma ação estratégica de pressão militar, informa o canal Al Mayadeen.
Segundo o Hamas, apenas nas últimas três semanas, cerca de 1.500 palestinos foram mortos, elevando o número total de mortos para 50.810 desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023.
“O que está acontecendo em Gaza não é pressão militar, é vingança contra civis inocentes”, declarou o Hamas, exigindo que a comunidade internacional “cumpra com sua responsabilidade e interrompa imediatamente” o que chamou de “atrocidades incessantes”.
O Hamas reiterou que a solução para a libertação dos prisioneiros israelenses passa por negociações, não por bombardeios: “A escalada militar não trará os prisioneiros israelenses de volta vivos, mas sim os colocará em perigo e os matará”.
O movimento palestino responsabilizou diretamente o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pela estratégia que, segundo eles, foca em alvos civis. “A estratégia de Netanyahu de atacar civis — crianças, mulheres e idosos — em Gaza não alcançará nenhuma vitória militar, mas inevitavelmente sairá pela culatra”, afirmou o Hamas. E completou: “A escalada da agressão não quebrará a vontade do povo palestino — apenas fortalecerá sua rebeldia e determinação para resistir”.
Enquanto as acusações são trocadas, os números da tragédia aumentam. Somente no dia 8 de abril, segundo dados do Ministério da Saúde palestino, 58 pessoas foram mortas e outras 213 ficaram feridas nos ataques israelenses. Desde 18 de março, foram 1.449 mortos e milhares de feridos em menos de um mês. No total, 115.688 pessoas já ficaram feridas desde o início da ofensiva israelense.
Os ataques continuam intensos e atingem todas as regiões da Faixa de Gaza. O correspondente do Al Mayadeen relatou operações de demolição em grande escala nas áreas mais ao norte de Gaza, além da criação de um novo posto militar israelense na área de al-Mintar, no bairro de Shujaiya, a leste da Cidade de Gaza. Também foram registrados ataques com artilharia pesada nos distritos orientais da região.
Em Khan Younis, no sul, os bombardeios atingiram áreas residenciais, matando uma pessoa próxima à região de Morag. Já na Cidade de Gaza, um ataque aéreo atingiu um grupo de jovens que coletavam lenha nas imediações de uma faculdade universitária, deixando um morto e vários feridos.
Outro ataque destruiu uma residência no bairro de al-Salam, enquanto a parte norte do campo de refugiados de al-Bureij também foi atingida por disparos de artilharia. No extremo sul, em Rafah, uma grande explosão foi registrada após a demolição de um quarteirão residencial inteiro pelas forças israelenses. Simultaneamente, aviões de guerra lançaram ataques aéreos nos distritos noroeste da cidade.
A ONU tem alertado para o agravamento da situação humanitária na Faixa de Gaza, descrevendo as atuais políticas israelenses como as mais extremas desde o início do conflito. Apesar disso, os bombardeios seguem em ritmo acelerado, com impacto devastador sobre a população civil.
A continuidade da guerra em Gaza, a ausência de soluções diplomáticas e a escalada da violência levantam dúvidas sobre os rumos do conflito. Enquanto isso, a população civil segue pagando o preço mais alto.
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