Irã promete "resposta mais dura" em caso de retaliação israelense
O Irã lançou centenas de mísseis balísticos em direção a Israel nesta terça. Segundo o chanceler iraniano, os EUA foram alertados para não interferirem
247 - O Irã realizou, nesta terça-feira (1), uma ofensiva de larga escala contra Israel, disparando centenas de mísseis balísticos em resposta aos assassinatos de figuras proeminentes no Oriente Médio: Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, e Abbas Nilforoushan, comandante sênior do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). A ação foi descrita por Teerã como um ato de autodefesa, mas a escalada de tensão preocupa a comunidade internacional.
Segundo a Sputnik Internacional, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, explicou que o governo iraniano enviou uma mensagem aos Estados Unidos por meio da Suécia, ressaltando que o ataque era uma resposta legítima às ações israelenses e advertindo que qualquer interferência americana no conflito seria mal recebida. "Emitimos um aviso aos Estados Unidos para se afastarem e não interferirem", disse Araghchi.
Possível intensificação do conflito
Embora Teerã tenha sublinhado que sua intenção não é prolongar o confronto, a possibilidade de uma retaliação israelense paira sobre a região. Segundo informações do portal Axios, Israel considera atacar alvos estratégicos dentro do Irã, incluindo instalações de produção de petróleo e até mesmo suas instalações nucleares, caso novos ataques sejam lançados por Teerã.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que o governo do Irã não busca uma guerra, mas que qualquer nova ameaça será enfrentada com firmeza. O ministro Araghchi foi categórico ao dizer que, se Israel decidir retaliar, a resposta iraniana será ainda mais contundente: "Nossas forças armadas estão preparadas para possíveis ações do regime israelense. Se quaisquer novos passos forem tomados pelo regime [israelense] e aqueles que o apoiam, eles enfrentarão uma resposta mais dura do Irã", declarou o ministro à agência de notícias Tasnim.
Cenários de escalada
A expectativa de uma resposta de Israel mantém a região em alerta. Fontes do The New York Times indicam que o Irã já tem centenas de mísseis prontos para serem lançados de suas fronteiras ocidentais, caso haja uma ação militar por parte de Israel ou dos Estados Unidos. Embora o governo israelense ainda não tenha decidido o curso de ação exato, busca coordenar suas respostas com Washington.
Por outro lado, os Estados Unidos têm mantido uma postura mais moderada. De acordo com o The Washington Post, navios de guerra americanos no Mar Mediterrâneo interceptaram alguns dos mísseis disparados pelo Irã, mas a administração de Washington insiste que qualquer resposta israelense deve ser proporcional, para evitar uma escalada ainda maior.
Medidas de segurança interna
Além das repercussões no campo militar, a ofensiva iraniana afetou também o tráfego aéreo no país. Todos os voos foram cancelados até a manhã de quinta-feira (3), por questões de segurança, conforme anunciou Jafar Yazerlu, porta-voz da Organização de Aviação Civil do Irã. A decisão foi tomada devido ao aumento das tensões na região, com o objetivo de proteger os passageiros e tripulações diante da incerteza que paira sobre o Oriente Médio.
O cenário no Oriente Médio permanece altamente volátil, e o desenrolar dos próximos dias será crucial para determinar se haverá uma estabilização, conforme preveem as autoridades iranianas, ou se o conflito tomará proporções ainda mais amplas, com potencial de envolver diretamente potências globais.
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