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    Israel foi responsável por um terço das mortes de jornalistas em 2024

    A RSF descreveu as mortes como "um banho de sangue sem precedentes"

    Pessoas em luto comparecem ao funeral, em 3 de novembro de 2023, do jornalista palestino Mohammed Abu Hatab, que foi morto em um ataque israelense no sul da Faixa de Gaza em 2 de novembro (Foto: Reuters/Mohammed Salem)

    RFI - Cinquenta e quatro jornalistas foram mortos enquanto trabalhavam em 2024, sendo quase um terço dessas mortes causadas pelo exército israelense, informou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) em seu relatório anual divulgado nesta quinta-feira (12).

    De acordo com a ONG sediada em Paris, 18 jornalistas foram mortos por forças israelenses este ano: 16 em Gaza e dois no Líbano.

    A RSF descreveu as mortes como "um banho de sangue sem precedentes" e afirmou que mais de 145 jornalistas morreram em Gaza desde o início da guerra em outubro de 2023. Desses, 35 estavam em atividade no momento de suas mortes.

    O relatório anual da RSF – que abrange dados até 1º de dezembro – declara: "A Palestina é o país mais perigoso para jornalistas, registrando o maior número de mortes nos últimos cinco anos."

    A organização apresentou quatro queixas ao Tribunal Penal Internacional por "crimes de guerra cometidos contra jornalistas pelo exército israelense."

    Israel rejeita números da RSF - Em um relatório separado publicado na terça-feira, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) informou que 104 jornalistas foram mortos em todo o mundo em 2024, com mais da metade dessas mortes ocorrendo em Gaza.

    As diferenças entre os números da FIJ e da RSF se devem a metodologias distintas na contagem. A RSF inclui apenas os casos em que as mortes de jornalistas foram "comprovadamente relacionadas diretamente à sua atividade profissional."

    Israel nega que tenha como alvo jornalistas intencionalmente, mas admite que alguns foram mortos em ataques aéreos contra alvos militares.

    O porta-voz do governo israelense, David Mercer, afirmou aos repórteres: "Não aceitamos esses números. Não acreditamos que estejam corretos."

    Após Gaza, os lugares mais mortais para jornalistas em 2024 foram o Paquistão, com sete mortes, seguido por Bangladesh e México, com cinco mortes cada.

    Jornalistas presos e desaparecidos - O relatório da RSF também destacou um aumento no número de jornalistas presos, com 550 detidos em todo o mundo até 1º de dezembro, em comparação com 513 no ano anterior.

    Os maiores números são registrados na China, que mantém 124 jornalistas presos (11 em Hong Kong), seguida por Mianmar, com 61, e Israel, com 41.

    Além disso, 55 jornalistas estão sendo mantidos como reféns em todo o mundo, quase metade deles – 25 no total – pelo grupo armado Estado Islâmico.

    O relatório também revelou que 95 jornalistas estão desaparecidos, incluindo quatro novos casos registrados este ano.

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