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    Kremlin pressiona Trump por diálogo sobre desarmamento nuclear: 'Putin está pronto, aguardamos sinais'

    Moscou cobra retomada de tratativas interrompidas pelos EUA em 2019, durante o primeiro mandato do republicano, após acusações de violações ao tratado INF

    Trump e Putin 28/06/2019 REUTERS/Kevin Lamarque (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - O Kremlin pediu nesta sexta-feira (24) que os Estados Unidos retomem o diálogo sobre desarmamento nuclear "o mais rápido possível". A declaração veio do porta-voz Dmitri Peskov, que reforçou o desejo da Rússia de reiniciar as negociações suspensas em 2019, quando os EUA, durante o primeiro mandato de Donald Trump, decidiram se retirar do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF). O tratado, um marco da Guerra Fria, limitava o desenvolvimento e a implantação de mísseis de médio alcance na Europa.  

    De acordo com informações publicadas pela AFP e reproduzidas pelo jornal O Globo, a decisão americana de abandonar o acordo foi baseada em acusações de que a Rússia estaria violando os termos do tratado. Moscou, por sua vez, negou as acusações e respondeu com uma moratória, condicionando sua continuidade à garantia de que os EUA não expandissem a instalação de mísseis fora de seu território. Agora, o Kremlin pressiona o recém-empossado Trump, que assumiu seu segundo mandato, a retomar as negociações, classificando-as como "do interesse de todo o mundo".  

    "O tempo perdido" foi lamentado por Peskov, que enfatizou que qualquer negociação futura deveria considerar também os arsenais nucleares de outros países ocidentais, como França e Reino Unido. "A realidade atual dita essa necessidade, e é por isso que temos que falar sobre isso e por que devemos fazê-lo", afirmou o porta-voz.    

    As relações entre Moscou e Washington permanecem tensas, especialmente devido à guerra na Ucrânia. Donald Trump sugeriu recentemente, durante o Fórum de Davos, que o conflito poderia ser encerrado "imediatamente" com uma redução nos preços do petróleo. Entretanto, Peskov rechaçou essa visão simplista, argumentando que a questão ucraniana está ligada a "ameaças à segurança nacional da Rússia" e ao que chamou de "recusa completa de americanos e europeus em ouvir as preocupações russas".  

    Apesar das divergências, o Kremlin indicou que Vladimir Putin está disposto a dialogar com Trump, esperando apenas "sinais" concretos de Washington. "Putin está pronto. Estamos aguardando sinais", reiterou Peskov aos repórteres.  

    O impacto do tratado INF e a crise atual - O Tratado INF, firmado em 1987 entre Estados Unidos e União Soviética, foi essencial para conter a corrida armamentista na Europa durante a Guerra Fria. Sua dissolução, em 2019, marcou um retrocesso no controle de armas nucleares, reacendendo temores globais de um novo ciclo de instabilidade. Com a guerra na Ucrânia e a deterioração das relações internacionais, a pressão por novos acordos ganha ainda mais relevância.  

    O retorno ao diálogo sobre o desarmamento nuclear seria uma tentativa de reduzir as tensões acumuladas nos últimos anos, mas os desdobramentos das negociações dependerão de gestos políticos significativos de ambas as partes. 

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