TV 247 logo
    HOME > Mundo

    Lavrov alerta sobre provocações militares dos Estados Unidos contra a China

    Em entrevista à TASS, o ministro das Relações Exteriores russo critica ações americanas no Estreito de Taiwan

    Sergey Lavrov (Foto: Tass)
    Redação Brasil 247 avatar
    Conteúdo postado por:

    247 – Em uma entrevista exclusiva concedida à agência TASS, o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, abordou diversas questões geopolíticas de relevância internacional, incluindo as recentes ações dos Estados Unidos na China, a situação na Ucrânia e a crescente tensão no Oriente Médio.

    Lavrov afirmou que os Estados Unidos estão utilizando métodos semelhantes aos aplicados anteriormente para estabelecer uma presença anti-russa na Ucrânia, agora direcionados para pressionar a China sobre a questão de Taiwan. “Nós não fazemos suposições sobre os planos da futura administração dos EUA; isso é trabalho de cientistas políticos. Se avaliamos a situação geral na região, ela continua a se deteriorar”, declarou Lavrov. O ministro ressaltou que, apesar do compromisso declarado dos EUA com o princípio de “uma China”, há uma insistência em manter o status quo, o que, segundo ele, implica na preservação indefinida da situação atual.

    Quando questionado sobre o impacto da nova administração de Donald Trump nos processos regionais, Lavrov destacou que “os americanos estão tomando ações provocativas no Estreito de Taiwan, fornecendo armas a Taipei e desenvolvendo um diálogo quase político com as autoridades locais. Tudo isso contribui indubitavelmente para o crescimento de sentimentos separatistas. Esses métodos são muito semelhantes aos que foram usados pelos americanos para estabelecer uma base anti-russa na Ucrânia”.

    Além disso, Lavrov reforçou que assegurar o status de não-alinhamento da Ucrânia permanece como um objetivo central da operação militar especial da Rússia. “Desde a expansão da OTAN há vários anos, que foi uma das principais causas da crise ucraniana, garantir o status de não-alinhamento de Kiev permanece entre os objetivos que devem ser alcançados”, afirmou.

    O ministro também criticou a atuação da OTAN, mencionando envolvimentos em invasões e ataques com mísseis de longo alcance no território russo. “O pessoal militar da OTAN e mercenários estão envoltos de maneira flagrante no planejamento e na condução de operações de combate ao lado das forças armadas ucranianas. O que tipo de escalada da nossa parte podemos sequer falar?”, questionou Lavrov.

    Sobre a proposta de Kiev de um "cimeira da paz", Lavrov deixou claro que a Rússia não participará nem seguirá as declarações de Volodymyr Zelensky. “É impossível adivinhar o que significa a admissão pública de Zelensky sobre sua incapacidade de reconquistar territórios perdidos à força. Zelensky continua fazendo várias declarações o tempo todo. Parecemos ter deixado de prestar atenção a elas, francamente falando”, comentou.

    Em relação às relações com a Geórgia, Lavrov afirmou que Moscou está pronta para normalizar os laços com Tbilisi, desde que a Geórgia esteja disposta. “Estamos determinados a normalizar as relações russo-georgianas precisamente na medida em que Tbilisi esteja preparada”, declarou.

    No que tange à independência de Taiwan, Lavrov reforçou a posição russa de oposição a qualquer forma de independência para a ilha. “Nossa posição de princípio sobre a questão de Taiwan permanece inalterada. Foi delineada em uma declaração conjunta pelos líderes da Rússia e da China após a visita do Presidente Vladimir Putin ao país em maio”, explicou.

    Finalmente, Lavrov abordou a crescente tensão entre Irã e Israel, atribuindo o aumento da violência na região às ações irresponsáveis dos Estados Unidos. “A combinação desses fatores levou à desestabilização da situação militar e política no Oriente Médio em outubro passado. Desde então, o arco de violência se estendeu além da zona de conflito israelense-palestino para o Líbano e as águas do Mar Vermelho. O confronto iraniano-israelense atingiu um limiar perigoso”, concluiu.

    ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

    Relacionados