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Líbano sob ataque: como a Unidade 8200 de Israel pode ter influenciado uma operação cibernética letal

O suposto envolvimento de uma das unidades de inteligência mais secretas de Israel lança luz sobre a guerra cibernética no Oriente Médio

Fumaça sobe de uma loja móvel enquanto membros da defesa civil se reúnem em Sidon, Líbano, 18 de setembro de 2024 (Foto: REUTERS/Hassan Hankir)

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Reuters – Um ataque em massa contra o Hezbollah, ocorrido em 18 de setembro de 2024, destacou a Unidade 8200, uma das divisões mais secretas da inteligência israelense. De acordo com fontes de segurança ocidentais citadas pela Reuters, essa operação, que causou a morte de 12 pessoas e deixou milhares de combatentes do Hezbollah feridos, teria sido desenvolvida em parceria com a Mossad, o famoso serviço de inteligência de Israel.

Ainda que o governo israelense tenha se mantido em silêncio sobre o ataque, um oficial de segurança libanês revelou à Reuters que 5.000 pagers encomendados pelo Hezbollah haviam sido manipulados para conter pequenas quantidades de explosivos. Segundo uma fonte de segurança ocidental, a Unidade 8200, que não é parte direta da Mossad, teria sido essencial no desenvolvimento técnico da operação, que levou mais de um ano para ser planejada.

Apesar de não haver confirmação oficial, Yossi Kuperwasser, ex-oficial da inteligência militar e atualmente diretor de pesquisa do Israel Defense and Security Forum, comentou: "Os desafios que enfrentamos são imensos e muito exigentes. Precisamos dos melhores cérebros envolvidos nisso". Ele se referia à expertise dos membros da Unidade 8200, conhecidos por estarem no centro das capacidades de defesa cibernética de Israel.

A Unidade 8200 é frequentemente comparada à NSA, a agência de segurança dos Estados Unidos, devido à sua atuação em defesa cibernética e coleta de inteligência. Em 2018, o IDF (Forças de Defesa de Israel) chegou a divulgar um raro comunicado público sobre as atividades da unidade, afirmando que havia impedido um ataque aéreo do Estado Islâmico contra um país ocidental. Contudo, o envolvimento direto da unidade em operações como a que desativou as centrífugas nucleares do Irã por meio do vírus Stuxnet nunca foi oficialmente confirmado.

A unidade, composta em sua maioria por jovens recrutas, tem sido um dos principais ativos na defesa cibernética de Israel. Esses recrutas são famosos por sua capacidade de pensar fora da caixa, característica que permitiu a muitos ex-membros fundarem empresas de tecnologia de sucesso em Israel. Segundo Kobi Samboursky, um ex-membro da 8200 e sócio-gerente da Glilot Capital Partners, "o mais significativo aqui é a cultura de que tudo é possível".

Essa operação contra o Hezbollah, se confirmada, pode ser mais um exemplo de como Israel vem utilizando sua capacidade cibernética para influenciar a balança de poder no Oriente Médio. Entretanto, enquanto o governo israelense permanece calado, o impacto geopolítico de ações desse tipo continua a reverberar.

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