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    Lula defende converter dívida de países pobres em investimentos em educação

    Iniciativa é parte de um esforço para promover justiça econômica e combater desigualdades globais, dizem Lula e Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco

    Lula na 27ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    247 - Em artigo publicado no jornal O Globo, o presidente Lula (PT) e a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, defenderam a proposta de transformar dívidas de países pobres em recursos para a educação. A iniciativa, defendida no contexto da presidência brasileira no G20, visa a converter o endividamento em um instrumento de inclusão e progresso social. 

    “Uma das alavancas mais poderosas para reduzir a pobreza e alcançar equidade é a educação,” apontam Lula e Azoulay no artigo. Atualmente, conforme o Relatório de Monitoramento Global da Educação da Unesco, 251 milhões de crianças e jovens não têm acesso à escolarização. A crise é particularmente severa em países de baixa renda, onde cerca de 33% das crianças estão fora da escola, comparado a apenas 3% em países de renda alta. Em regiões como a África Subsaariana, a situação é ainda mais grave, com a maioria dos jovens privados de educação formal.

    A disparidade não se limita ao acesso, mas também afeta a qualidade da educação. Enquanto países de baixa renda investem apenas US$ 55 por aluno ao ano, os de renda alta alocam US$ 8.543. Essa diferença gera um abismo educacional, que, segundo Lula e Azoulay, amplifica as desigualdades econômicas e sociais no longo prazo. “É a desigualdade do presente ampliando o fosso do futuro”, afirmam.

    Os autores destacam que o subinvestimento não ocorre por falta de prioridade, mas pela deterioração das finanças públicas nesses países. Segundo o Fundo Monetário Internacional, 60% das nações de baixa renda enfrentam sérios riscos de endividamento. Em 2022, em várias regiões da África, os custos com a dívida se igualaram aos orçamentos de educação, comprometendo ainda mais as oportunidades de desenvolvimento.

    Proposta para um marco global - Inspirados por iniciativas bilaterais, como as implementadas entre Indonésia e Alemanha, França e Camarões, e Brasil e seus estados, Lula e Azoulay defendem a criação de um marco multilateral para converter dívidas em financiamento educacional sustentável.

    Para os líderes, esse marco global envolveria não apenas governos, mas também organizações internacionais e plataformas de financiamento, como a Parceria Global para a Educação. Segundo eles, essa estrutura seria essencial para permitir que a educação cumpra seu papel como catalisadora do progresso econômico, social e ambiental.

    A proposta também faz parte de uma estratégia mais ampla liderada pelo Brasil no G20, que busca remodelar o financiamento do desenvolvimento internacional. Ao propor justiça econômica para nações endividadas, o Brasil promove uma visão em que a educação é o caminho para um futuro de maior igualdade e inclusão global.

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