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    Ocidente ignora condenação ao nazismo na ONU, afirma autoridade russa

    Diplomatas russos destacam tendência perigosa e criticam postura de Alemanha, Itália e Japão

    Suástica nazista (Foto: Reuters)

    247 – Em uma votação recente na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), países como Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Itália, Japão e Ucrânia se opuseram a uma resolução russa que visava combater a glorificação do nazismo. Apesar desse bloco de 53 votos contrários, o documento contou com o apoio de 119 nações e apenas 10 abstenções, consolidando sua aprovação no cenário internacional, de acordo com reportagem da Sputnik.

    Segundo Mikhail Ulyanov, representante permanente da Rússia junto às organizações internacionais em Viena, na Áustria, a atitude do Ocidente levanta preocupações. "Os países ocidentais mais uma vez votaram contra a resolução da Assembleia Geral da ONU que condena a glorificação do nazismo. Na verdade, eles não veem problema algum nisso", declarou Ulyanov, destacando o que considera uma postura permissiva diante de um tema historicamente sensível. Ele também classificou as "justificativas desajeitadas" apresentadas por essas nações como insustentáveis.

    A posição de algumas potências europeias também foi alvo de críticas da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova. Ao comentar o resultado da votação, ela ressaltou o papel da Alemanha, Itália e Japão no passado, considerando as raízes históricas desses países durante o período do Eixo na Segunda Guerra Mundial. "A posição de Alemanha, Itália e Japão contra a resolução russa de combate à glorificação do nazismo merece condenação e representa uma tendência perigosa", afirmou, sublinhando a gravidade do que considera um desrespeito à memória das vítimas do regime nazista.

    Além do debate sobre a resolução na ONU, as tensões entre Rússia e Ucrânia continuam a produzir incidentes trágicos. Nesta semana, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) informou a detenção de um cidadão uzbeque, nascido em 1995, acusado de ter recebido treinamento e recrutamento por serviços secretos ucranianos. Esse indivíduo teria sido o autor de um ato terrorista que resultou na morte do tenente-general Igor Kirillov, chefe das Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica das Forças Armadas da Rússia. O ataque ocorreu após a detonação de um dispositivo explosivo improvisado, posicionado junto a um edifício residencial em Moscou, tendo como alvo o local onde Kirillov vivia.

    De acordo com o FSB, o acusado utilizou um carro de aluguel com uma câmera wi-fi para monitorar a rotina do general, informando remotamente seus contatos em Dnepropetrovsk, na Ucrânia. Assim que os oficiais russos deixaram o prédio, o artefato explosivo teria sido acionado à distância, resultando na morte do general e de seu assistente, o major Polikarpov.

    Esses fatos evidenciam o acirramento das tensões geopolíticas, ao mesmo tempo em que o debate sobre a apropriação, a negação e a relativização do passado nazista volta ao centro da arena internacional. Enquanto a Rússia busca apoio para uma resolução que condene a glorificação do nazismo, parte do Ocidente questiona a iniciativa, criando um impasse diplomático que gera indignação em Moscou.

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